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Lamb Of God - Wrath Review

Os Lamb Of God são uma banda que dispensa apresentações. Após 15 anos de carreira, desde que começaram, ainda sob o nome de Burn The Priest e até agora com seis álbuns lançados, a contar com este excelente "Wrath", esta banda caminha para cimentar o seu nome entre os grandes nomes do metal.
Mas o que tem esta banda de tão especial? Resposta, juntaram as influências de bandas como Pantera, Slayer, Sepultura (sem nunca imitarem estes grupos) e criaram um som único, com a ajuda de serem um excelente grupo de músicos que evoluem de álbum para álbum e com um vocalista dono de uma voz inconfundível e única que marca a diferença. O som que praticam é um misto de Groove Metal, Thrash Metal, com algum Death Metal (influência pouco notada nos últimos dois álbuns) e algum Hardcore (o que faz algumas pessoas erróneamente rotularem a banda de metalcore), o que é redutor e está incorrecto porque este grupo é muito mais do que isso. A sonoridade que os Lamb Of God praticam actualmente pode ser perfeitamente descrita como Groove/Thrash Metal. O álbum "Wrath" inicia com uma calma intro "The Passing" que não indica o que vem a seguir. A primeira música é "In Your Words", que é umas das melhores músicas do álbum, entra em grande força com o início a fazer lembrar um pouco "Blackened" dos Metallica misturado com um pouco de Slayer, depois acalma e entra a voz de Randy Blyte, que começa a cantar com uma voz mais limpa do que o habitual, para depois voltar à sua voz habitual e a música explodir para a parte inicial. Outra das melhores músicas do álbum, talvez mesmo a melhor, é a seguinte "Set To Fail", que inicia com a guitarra e bateria aceleradíssimas, com um blast beat como não se via desde os primeiros trabalhos do grupo, em seguida vem o riff principal cheio de groove que nos remete para o álbum "Sacrament". A voz é a habitual, até ao refrão, onde somos surpreendidos novamente com uma voz mais limpa do que o costume em Randy Blyte. Esta música tem um grande solo de guitarra, é tão bom que por vezes parece que é saído da guitarra de Kirk Hammet. É um dos melhores solos de guitarra que os Lamb Of God já fizeram e esta é com certeza uma das melhores músicas da sua carreira. Em seguida temos a rapidíssima "Contractor", cujo início sempre a abrir faz lembrar "Fucking Hostile" dos Pantera, salvo as devidas diferenças, porque esta última é um clássico. "Contractor" depois da explosão inicial, abranda bastante, o que ás primeiras audições pode dar a ideia que quebra um pouco a música, voltando a explodir novamente no final. É uma muito boa música, directa, espontânea e que certamente funcionará muito bem ao vivo. "Fake Messiah" tem guitarras mais complexas e dissonantes, que fazem lembrar Meshuggah. É outra boa malha. Depois vem "Grace" com uma bela melodia de guitarra acústica no início e que serve também de base para grande parte do solo de guitarra desta música... e que grande solo! Esta é outra das melhores faixas deste álbum, mais outra música cheia de groove e com excelentes riffs de guitarra. Segue-se "Broken Hands" uma música um pouco mais lenta mas pesada, também é um bom som mas não dos melhores do álbum. "Dead Seads" sim é um grande tema e outro dos destaques deste trabalho, remetendo-nos para o álbum Ashes Of The Wake. Em seguida temos a rápida e potente "Everything To Nothing", uma música Thrash com um grande refrão, é mais uma excelente música. Quase a terminar temos "Choke Sermon" mais uma boa malha rápida de um groove/thrash contagiante e com um bom solo. O álbum acaba com "Reclamation", a música mais longa da carreira da banda, com a duração de 7:05 minutos. Os Lamb Of God exploram aqui caminhos ainda não percorridos, mais stoner rock e mesmo progressivos. A música é lenta e com partes de guitarra acústica. É talvez a faixa mais fraca do álbum, mas ainda assim uma boa música.
Este é um álbum que cresce com as audições e que está perfeitamente ao nível dos anteriores álbuns "Sacrament", "Ashes Of The Wake" e "As The Palaces Burn" álbuns que os colocaram na linha da frente do metal comtemporâneo. Este álbum é mais agressivo do que "Sacrament" e demonstra que a banda evolui de álbum para álbum.
É notável como a voz de Randy Blyte evoluiu desde o inicio da carreira, desde os guturais loucos e indecifraveis de "Burn The Priest" e "New American Gospel" aos menos guturais de "As The Palaces Burn", à voz rasgada de "Sacrament". Agora é um vocalista mais versátil, usa o vocal rasgado, o gutural e surpreende com este novo registo mais limpo encontrado nas duas primeiras músicas do álbum. O trabalho de guitarra da dupla Mark Morton/Willie Adler está excelente, com grandes riffs de guitarra e alguns solos memoráveis. O baterista Chris Adler tem aqui mais um bom trabalho de bateria, sem ser o melhor da carreira.
"Wrath" não desilude, antes pelo contrário, será com certeza um dos melhores álbuns de 2009, angariará novos fãs para a banda e recurerará alguns dos que perdeu inexplicavelmente com "Sacrament".


Wrath:

01. "The Passing"
02. "In Your Words"
03. "Set To Fail"
04. "Contractor"
05. "Fake Messiah"
06. "Grace"
07. "Broken Hands"
08. "Dead Seeds"
09. "Everything Is Nothing"
10. "Choke Sermon"
11. "Reclamation"


Nota:8.8/10



Site Oficial:http://www.lamb-of-god.com/
Myspace Oficial:http://www.myspace.com/lambofgod


Review por Mário Rodrigues