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Altar of Plagues - "Mammal" Review

Devem estar recordados de uma crítica que fiz ao último disco dos Primordial, “Redemption at the Puritan´s Hand”, onde dizia que, quando olhamos para cena metal irlandesa, apenas um nome nos vem à cabeça, os grandes Primordial. Esqueçam essa parte, pois agora eles vão deixar de estar sozinhos nesse campeonato, pois os Altar of Plagues são uma das mais recentes bandas a surgir dessa cena.

Formados em 2006, os Altar of Plagues são uma das mais recentes sensações do movimento black metal, mas na sua vertente mais compassada e sufocante. No seu album de estreia de 2009, “White Tombs”, já tinham chamado a atenção não só pela qualidade e intensidade da sua música, mas por uma abordagem um pouco ortodoxa da mesma: musicas longas, ritmos e ambientes que ora disparavam brutalidade sónica como intensidade mais lenta, texturas musicais complexas e vocalizações agonizantes e sofridas. Só por si, estes elementos todos juntos serviram para dar a conhecer esta banda e deixar a comunidade metal atenta ao que se seguiria.

E o que se segue é este “Mammal”, um conjunto de quatro (!) temas, onde os Altar of Plagues continuam a mostrar como se faz black metal muito interessante, mas não só. Rapidamente podemos encontrar nestes temas elementos progressivos e de doom metal, o que combina na perfeição na intensidade sonora e lírica desta banda.

“Mammal” é um disco complexo, de difícil audição e assimilação. Não é o black metal comum que costumamos ter como referência em bandas como Mayhem, Marduk ou 1349. É algo totalmente diferente, sonicamente falando. Imaginem uma mistura de Wolves in the Throne Room com Deathspell Omega e Funeral Mist. Todas as características das bandas que indiquei resultam no som e abordagem destes Altar of Plagues. Um disco muito variado, musicalmente intenso e envolvente, onde num momento estamos a ser totalmente espancados pela fúria da música, como no momento seguinte estamos a ser envolvidos por sons e texturas sufocantes e negras. A dicotomia entre estas duas partes conduzem o ouvinte a diferentes estados de espirito ao longo dos cinquenta e um minutos de duração deste disco.

“Neptune is Dead” a abertura do disco com os seus quase dezanove minutos de duração é magnético, intricado e surpreendente. “Feather and Bone” adopta uma abordagem mais hipnótica, sendo a secção central do tema um misto de negro / luz. “When the Sun Drowns in the Ocean” é sem qualquer dúvida, o tema mais intrigante do disco. São oito minutos de lamentos e gritos (inspirados nos rituais fúnebres da Irlanda antiga). “All Life Converges to Some Center” é a peça final do puzzle, treze minutos de violência sónica.

Gravado na Irlanda, numa área rural, no meio de florestas e montanhas, “Mammal” é um disco que parece inspirado por essas paisagens. Um misto de sensações díspares e desconexas, que nos leva a ouvir novamente este disco quando este chega ao fim, tal a quantidade de sensações que ele nos faz sentir. Um disco altamente recomendado para aqueles que pretendem um black metal mais “cerebral” e complexo.

Nota: 8.3/10

"Mammal" track list:


1.Neptune is Dead

2.Feather and Bone
3.When the Sun Drowns in the Ocean

4.All Life Converges to Some Center

Facebook oficial: http://www.facebook.com/altarofplagues

Review por João Nascimento