Os Draconian são actualmente um dos grandes bastiões do Doom Death de cariz gótico. Desde o seu seminal "Where Lovers Mourn" que estes suecos têm vindo a explorar um som que vai beber a várias influências de bandas que assolaram a Europa durante os anos 90. Se por um lado vocalmente, a banda se aproxima daquilo que Orphanage, The Gathering ou Theatre of Tragedy outrora fizeram, em termos instrumentais estarão muito mais próximos de uns My Dying Bride. Ou seja, guitarras cadenciadas, com leads cheios de emoção, ritmo na maioria das vezes lento ou a meio tempo, e a voz angelical de Lisa Johansson contrastando com a áspera de Anders Jacobsson, tudo envolto numa atmosfera tão negra como opressiva. Nada de novo é certo, mas quando as coisas se fazem com vontade e sentimento, o resultado final é sempre bem mais apelativo, e para tal muito contribui o duo de vocalistas atrás mencionados. Anders e Lisa conseguem dar um toque muito genuíno aos temas, retratando fielmente todo o desespero e desolação contidos em cada nota, de facto o vocalista terá provavelmente, uma das vozes mais brutais dentro do género, não se resumindo a grunhidos monocórdicos.Num disco tão homogéneo como este fica difícil destacar algum tema, mas "A Phantom Dissonance" e "The Quiet Storm" só por si já valem o tempo gasto na audição deste disco. No fundo, os Draconian são isto, uma banda revivalista é certo, mas que evoca os anos dourados do “Beauty and the Beast” de forma irrepreensível, por vezes até melhor do que aquilo que os originais faziam, e embora pouca coisa tenha mudado desde a sua estreia Anders e companhia continuam a saber como manter os padrões elevados, resta saber até quando.
Nota: 8.5/10
"A Rose For The Apocalypse" track list:01. The Drowning Age
02. The Last Hour Ancient Sunlight
03. End Of The Rop
04. Elysian Night
05. Deadlight
06. Dead World Assembly
07. A Phantom Dissonance
08. The Quiet Storm
09. The Death Of Hours
10. Wall Of Sigh
Review por António Antunes
