About Me

Iced Earth – "Dystopia" Review


Oito anos depois a história repete-se, e Jon Schaffer voltou a ver-se forçado a abrir mão do seu abono de família (leia-se Matt Barlow), e a partir em busca de um novo vocalista que conseguisse reflectir todo o conceito Iced Earth. A opção recaiu em Stu Block (ex Into Eternity) e verdade seja dita, parece que desta vez a escolha se revelou bem mais acertada do que em 2001, quando Matt, num acesso de patriotismo, resolveu trocar a banda pelo corpo policial americano, dando lugar a Tim Owens (ex Judas Priest e Beyond Fear), que apesar de tecnicamente irrepreensível, não conseguia emular os mesmos sentimentos que Barlow imprimia às composições de Jon.

Stu parece conseguir reunir o melhor de cada um dos vocalistas atrás mencionados, a técnica de Tim nos registos mais agudos e a emoção de Matt nos mais graves, juntando a isso o seu próprio cunho pessoal e temos substituto. Boas notícias portanto, aparentemente o mais difícil foi conseguido, restaria apenas a Jon uns quantos momentos de inspiração e estariam reunidas todas as condições para que este novo disco, Dystopia, se tornasse um clássico. Aparentemente… pois logo ao fim da primeira audição fica uma sensação agridoce. Se por um lado, ouvir um novo disco de Iced Earth, é sempre motivo de interesse, por outro mais uma vez chega-se ao fim do álbum à espera daquele tema tão especial, que nunca chegou. Os ingredientes, como sempre, estão lá (quase) todos, os coros, aquele som de guitarra tão distinto quanto agressivo, que tão bem faz a ponte entre o power metal e o thrash, e claro os conceitos fantásticos. Mas a verdade é que longe vão os tempos em que o Iced Earth nos presenteavam com autênticos momentos de genialidade e pura emoção, como A Question of Heaven, Dante’s Inferno ou Dracula, entre muitos outros. Certo é que a tendência dos últimos álbuns já tinha vindo a ser algo decepcionante. Com efeito, o regresso inesperado de Matt Barlow foi talvez o elemento que evitou que o anterior, The Crucible of Men fosse um fracasso.

Em suma, Dystopia ainda está bem longe de ser uma perca de tempo, e temas como a faixa título ou Tragedy and Triumph, não envergonham em nada o legado Iced Earth, juntando a isso a prestação de Stu, e temos um disco razoável a puxar para o bom, no entanto incapaz de disfarçar o óbvio: mais um testemunho do cada vez maior cansaço de Jon Schaffer. "

Nota: 7/10 Dystopia" track list:

01. Dystopia

02. Anthem
03. Boiling Point
04. Anguish Of Youth

05. V

06. Dark City

07. Equilibrium

08. Days Of Rage

09. End Of Innocence

10. Soylent Green (tema bónus)

11. Iron Will (tema bónus)

12. Tragedy And Triumph

13. Anthem (String Mix)



Review por António Antunes