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Evergrey – "Glorious Collision" Review

Os Evergrey, são uma daquelas raras bandas que conseguiram estabelecer uma sonoridade muito própria ao longo dos anos. Pegando num metal de contornos progressivo, conseguem injectar-lhe um pouco de “vida”, através de uma abordagem algo trágica ao explorar temáticas como a religião e todos os seus males adjacentes, emoções humanas como medo ou paranóia, e outros temas ligados a um universo mais negro. Apesar de um inicio algo periclitante, com a edição de In the Search of Truth e Recreation Day, estes suecos conseguiram finalmente por o seu nome no mapa do metal progressivo.

Contudo, aquilo que foi a sua principal arma é, porventura agora, a sua maior fraqueza. Quatro álbuns depois, e ficamos com a sensação que os Evergrey entraram num ciclo vicioso, do qual não conseguem sair. O que ouvimos nestes treze temas tem qualidade, disso não restam qualquer tipo de dúvidas, mas o que é que vêm acrescentar ao legado Evergrey? Nada. Qualquer um destes temas não destoaria em qualquer um dos cinco álbuns anteriores da banda. A única mudança talvez seja o upgrade qualitativo ao nível instrumental com entrada dos novos músicos, mais concretamente o baixista Johan Niemann (Mind’s Eye), o baterista Hannes van Dahl, e o guitarrista Marcus Jidell (ex Royal Hunt e Pain). A própria voz do vocalista e guitarrista Tom S. Englund, está cada vez melhor, e carismática.

Factores que fazem de Leave it behind us, Frozen, e …And the distance temas obrigatórios, e autênticos manifestos daquilo que faz dos Evergrey uma banda tão única na forma como musicalmente mostram o desespero, e desolação contidos nas suas letras, mesmo que algumas das músicas contidas em Glorious Collision passem algo despercebidas.

No fundo, hoje em dia ouvir um novo disco dos Evergrey é como o reler de uma triste história, que já sabemos o fim, mas que parece haver sempre um pormenor que escapa, até que eventualmente percebemos a história toda.

Nota: 7.3/10

Review por António Antunes