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The Agonist - "Prisoners" Review

Se pesquisarmos um pouco pelos discos dos canadianos The Agonist pelos sites de opinião espalhados pela net, a primeira coisa que vem à tona é de que a banda está bem longe de gerar um consenso entre os fãs tanto de metalcore como de death metal melódico, áreas pelas quais deambulam. A questão aqui é perceber o porque. Afinal de contas, ouvindo um pouco desses discos, tirando o facto de terem uma vocalista, para o bem ou para o mal, o som não é assim tão distante dos nomes habituais do(s) genéro(s). Enfim, por vezes é difícil cair nas graças do público.

Resultado disso, para este novo álbum Prisoners, os The Agonist despedem-se das estruturas mais convencionais, e dos refrões orelhudos, a abraçam uma certa tendência mais progressiva, muito por culpa da entrada do novo guitarrista Pascal Jobin, possuidor de capacidades técnicas e melódicas bem assinaláveis, que acabam por complementar de forma exímia com os riffs pungentes do outro guitarrista Danny Marino. De facto quando olhamos para a duração de alguns temas, com especial destaque para Ideomotor, é difícil não pensar nesse rotulo, o que traduzindo no caso dos The Agonist será mais algo como sobreposição de camadas umas nas outras, que é afinal onde reside mesmo o grande problema de Prisoners. Excesso de ambição? Talvez, a verdade é que há uma gritante falta de temas que sejam bons na sua generalidade, e não um conjunto de boas partes intercaladas por outras menos boas, que é o que parece ser o caso.

Talvez contagiada por este espírito mais complexo, a própria vocalista Alissa White-Gluz também parece ter passado a explorar novos territórios, e entre a voz mais gutural e a cantada (que diga-se evoluiu e de que maneira), temos uma gama de registos intermédios bem interessante, como é o caso da faixa Predator and Prayer.

No fundo a melhor coisa que se pode dizer dos The Agonist é que mesmo com esta nova costela progressiva, o grupo não perdeu a vida, nem o sangue na guelra que sempre evidenciaram, mas a ideia que passa mesmo é que Prisoners é demasiado complexo para o tipo de música que é. Talvez no futuro as coisas saiam melhores, cá estaremos para ver.


Nota: 6.9/10

Review por António Salazar Antunes