About Me

Pentagram – "MMXII" Review

E eis que finalmente os turcos Pentagram voltam ao activo após um hiato de dez anos de lançamentos, com excepção para a edição de um disco ao vivo em 2008. Falar dos Pentagram é falar daquela que será porventura a banda de maior reverência da Turquia, e um dos grandes responsáveis pelo crescimento gradual do pequeno movimento metaleiro deste país eurasiático, que teve o seu auge com o acolhimento do Sonisphere Festival em Istambul em 2010.

Conhecidos fora do seu país natal por Mezarkabul, devido a problemas legais com a banda homónima americana de doom metal, se pudéssemos atribuir um rótulo a este colectivo, este seria de heavy metal. Não só porque as composições facilmente caem nesse subgénero, como existe uma componente lírica muito NWOBHM, ainda que adaptada à realidade turca. Como sempre optam por alternar entre o inglês e a sua língua materna o que lhes dá um certo exotismo, mas que por aquilo que nos é dado a conhecer nas versões em inglês, deixa um certo travo de frustração por não podermos compreender aquilo que nos cantam.

MMXII marca a entrada do novo vocalista Gökalp Ergen, que vem substituir o anterior Murat İlkan, e embora o novato não tenha a mesma capacidade de atingir os agudos como Murat, compensa em emoção, estando quase ao nível de um Roy Kahn. Mas o que mais ressalta deste disco é uma diminuição das influências Anatolias, em comparação com os álbuns anteriores, aparecendo mais aqui e ali como nos caso de Wasteland ou Now or Nevermore. Existe sem dúvida uma aura bastante obscura em MMXII, com os temas quase sempre a pisar o doom dos Candlemass, naquela cadência muito característica, num disco que conta com um trabalho de guitarras bastante bom, com riffs e leads muito bem conseguidos, com destaque para It’s Dawn Again, o tema “mais” deste disco. Já Geçmişin Yükü e Uzakta valem pelos seus excelentes refrãos, com a curiosidade do riff inicial deste ultimo fazer lembrar Rusty Cage dos Soundgarden.

MMXII é um álbum que vale pela sua originalidade e execução, mas que não contém temas de qualidade impar suficientes para ser considerado um clássico. Ainda assim um disco que vale a pena descobrir, e uma boa adição para o legado Pentagram.

Nota: 7.6/10

Review por António Salazar Antunes