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Audrey Horne - "Youngblood" Review


E eis que o “vírus” do hard rock revivalista veio para ficar. Desta vez a nova vítima são os noruegueses Audrey Horne, que valha a verdade, nunca foram lá muito conhecidos por se prenderem a um estilo específico. Alias, para quem lista Faith no More como uma das suas influências, e vai buscar o nome a uma personagem da mítica serie Twin Peaks, decerto que procura ser um pouco mais ecléctico que o habitual.

E com isto editora nova (Napalm Records), vida nova, e o grunge dos discos anteriores No Hay Banda e Le Fol praticamente já lá vai, o que é pena, visto que esses discos contêm umas quantas malhas bem feitas dentro desse género em questão. O álbum homónimo de 2010 já revelava uma vontade dos Audrey Horne em se querer libertar do mantra made in Seattle, e Youngblood é a prova provada de um novo começo para estes noruegueses. Mas se é verdade que é hard rock clássico que este disco nos traz, é também inegável que este é feito com a mestria de quem parece que não fez mais nada durante a vida, mas que ao mesmo tempo o faz com a mesma modernidade que sempre nos habituou.

A voz algo bluesy de Toshie, e a garra com que este canta só de si já é meio caminho para o sucesso, a juntar a isso o excelente trabalho de guitarras da dupla Thomas Tofthagen e Ice Dale (esse mesmo que toca nos Enslaved) dão a pujança e feeling necessários para que o ouvinte se sinta contagiado pelo espírito rockeiro de malhas como Redemption Blues, Youngblood, ou There Goes A Lady. Lá para o final do disco, This Ends Here e The King is Dead, com as suas letras mais obscuras, recuperam um pouco do dito legado mais sombrio dos discos anteriores.

Youngblood marca ainda a entrada em definitivo do baixista Espen Elien, com a lista de convidados a cingir-se ao teclista Kim Gulbrandsen, que irá também ocupar o lugar durante os concertos da banda. Uma mudança que pelos vistos não afectou em nada o carisma e personalidade de uma banda que aparentemente ainda tem muito para dar, e que apresenta um trabalho muito bom, capaz de lhes granjear mais uns quantos fãs, sem perder os antigos.

Nota: 8.5/10

Review por António Salazar Antunes