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Once I Saw A Ghost - "Architects Demise" Review


Nenhum a banda que se preze se chamaria "Uma vez vi um fantasma". Ponto. Nenhuma... a não ser uma banda de deathcore, claro está. Mais do que breakdowns, tecnicidade estapafúrdia e clichês abundantes, é necessário ter um nome enorme e que não tenha absolutamente a ver com o quer que seja. Assim que "Primordial Progression" começa a desenrolar, a identidade deathcore começa-se logo a fazer sentir. Curiosamente, essa mesma identidade não se prolonga muito já que na seguinte música, "Uprise", nota-se muito mais a influência metalcore.

No fundo, estas coisas dos rótulos não deixam de ser uma arma de arremesso para promover ou para deitar abaixo algo, porque no fundo o que interessa é se a música é boa, se a produção favorece a música e se no geral, é ou não um trabalho que vença o teste do tempo. A música é cheia de tudo aquilo que o supostamente metal extremo moderno tem - muita parra, pouca uva, principalmente quando no press-release vem indicado que o estilo da banda é death metal/hardcore/jazz. Para já, por muito que se disfarce a coisa do deathcore, se se mete death metal e hardcore seguidos, mais vale dizer deathcore porque é aquilo que todos vão pensar. Depois o jazz... tocar no baixo a melodia do Inspector Gadget, por cima de um ritmo aborrecido, ou ter uma espécie de solo técnico até resultaria noutro contexto, aqui soa simplesmente prepotente e deslocado, sem qualquer coerência. Ideias incoerentes não são o significado de jazz.

Resumindo, estes trinta e cinco minutos são uma tortura. A produção é baça, não traz qualquer brilho a composições que por si só já não têm nenhum. Aborrecimento garantido ou então passa ao lado do ouvinte, o que é igualmente mau. Por isso, por muito que não se queira ser preconceituoso, bandas como Once I Saw A Ghost e álbuns de estreia como este "Architects Demise" são a prova de que por vezes, o que parece, realmente é. Para evitar. Talvez daqui uns anos, sejam uma banda que mudaram de estilo, tendo "crescido" e encontrado uma identidade dentro de si e longe de todos os clichês que composeram o seu álbum de estreia. Clichês mal executados  note-se - não vá alguém pensar de que é apenas uma questão de preconceito.


Nota: 3/10

Review por Fernando Ferreira