About Me

Axxis - "Kingdom Of The Night II: Black Edition" Review


"Kingdom of The Night" foi o primeiro álbum da banda hard 'n' heavy/power metal alemã, Axxis, lançado há vinte e cinco anos atrás e foi o álbum de estreia que mais vendeu por parte de uma banda de hard rock/heavy metal na Alemanha, marca que se mantém até hoje. Com uma carreira estável mas não imune a alterações na sua formação - do line-up inicial, apenas Harry Oellers (teclas) e Bernhard Weiß (voz) se mantém - a banda lançou doze álbuns, contando com o álbum de covers de 2012. 25 anos depois a banda propõe-se a comemorar o lançamento do álbum e o início da banda e a ideia que tiveram foi de lançar um álbum que tivesse por base o mesmo espírito que o primeiro trabalho teve, tendo em conta as mesmas estruturas, mas com vista a criar algo novo.

Uma tarefa complicada já que não se consegue recriar o passado, não se consegue forçar o que foi natural. Muitas bandas e/ou artistas já tentaram e os resultados nunca foram satisfatórios. Ao que parece as músicas criadas não cabiam todas num disco então a solução foi dividir o álbum em dois, uma versão negra, supostamente com as músicas mais pesadas e uma edição branca, supostamente com as músicas mais calmas, algo
semelhante daquilo que os Moonspell fizeram com o seu último álbum de originais, sendo que a difernça está que neste caso, ambas as edições estão à venda em separado e exista a edição especial duplo CD e com direito a faixas bónus.

Esta black edition é um festim de potência. Calma, continuamos a falar de heavy/power metal com as ocasionais pitadas de hard rock, mas há aqui faixas que simplesmente destroem, como a faixa título logo a abrir o álbum, a insinuosa "Venom" com o seu refrão catchy, a acelerada "Beyond The Sky" ou a pesadona "Soulfire". Aliás, peso é mesmo algo que não falta por aqui, a mostrar que a banda, apesar da sua já considerável carreira, continua com poder suficiente para manter muita cabeça a abanar. Uma das grandes queixas que é mais comum ouvir é de que os Axxis não conseguem replicar a energia ao vivo em estúdio, mas aqui parece-me que tal foi atingido com mestria e nem a balada "More Than For One Day" e a música cantada em alemão "Lass Dich Gehn" conseguem apagar - porque é que todas as músicas cantadas em alemão têm algo nelas que faz lembrar Rammstein?

A letras também são bastante bem conseguidas, tendo algumas vertentes bem próximas da realidade, seja por questões políticas, "The War", ou por questões mais sociais, "Mary Married A Monster (ours)" - onde retratam a violência doméstica contra a mulher, situação que a própria banda acompanhou no seu círculo de amigos e conhecidos, fazendo duas versões. Esta que está neste álbum que representa a situação do ponto de vista do que está de fora, neste caso, os membros da banda, e a outra "Marry Married A Monster (hers)", que representa o ponto de vista da vítima, que não queria fugir e que quase se culpava a ela própria pelas agressões das quais era vítima.

Para terminar, é um bom álbum de heavy metal melódico/power metal, arrisco-me a dizer, o melhor da banda desde sempre, tendo aqui um conjunto de canções realmente poderoso e sobretudo eficaz. Um risco tomado pela banda e que é totalmente recompensado com uma obra que ficará sem dúvida como um dos pontos altos da carreira da banda.


Nota: 8.5/10

Review por Fernando Ferreira