Com a teoria de que o rock and roll é muito mais divertido do que parece, contrariamente às opiniões divulgadas por alguns artistas, Alice Cooper rejeita a noção de que o rock está morto.
Embora tenha sido o rei do mundo da música durante décadas, nos últimos anos, o rock and roll tem sido ameaçado pela crescente popularidade do hip-hop, o que fez com que, da perspetiva da indústria, diversos artistas o proclamassem como um género “morto”, por considerarem ter sido eclipsado em todas as medidas pelo pop, hip-hop e EDM.
Gene Simmons, dos KISS, numa entrevista à Esquire, há alguns anos, disse que “o rock não morreu de velhice. Foi assassinado. Algum brilho, em algum lugar, seria expresso e agora não é, porque é muito mais difícil ganhar a vida a tocar e escrever músicas. Ninguém paga por isso”. Ao longo dos anos, foram vários os músicos de hard rock e heavy metal que opinaram, ainda que uns mais aprofundadamente do que outros, sobre estas declarações.
A promover o seu novo álbum, “Detroit Stories”, Cooper, numa recente entrevista à estação de rádio 95 KGGO, falou sobre a suposta diminuição do status do rock. “Acho que o que vai acontecer é um ressurgimento total do hard rock. Haverá um grande grupo de jovens lá fora que vai aparecer, vão ser arrogantes, tal como o rock devia ser. Cada geração se rebela contra a última geração, e a última geração era de alta tecnologia: techno isto, techno aquilo.” “Por que é que os adolescentes estão a comprar discos?”, perguntou Cooper teoricamente. “Estão a comprar vinis e gira-discos. Acho que isso é uma indicação de que há, em todo o mundo, crianças, agora, nas suas garagens, a aprender Aerosmith, Ozzy (Osbourne) e Alice. Estão a aprender as nossas músicas. Porque o rock and roll é muito divertido para morrer.”
Em relação aos comentários de Gene Simmons sobre o assunto, Alice Cooper esclareceu: “Acho que o Gene estava a falar sobre finanças e o rock and roll não é o que costumava ser. Bem, sim, concordo com isso. Mas talvez agora o rock and roll esteja onde devesse estar. Agora estamos meio que proscritos, e acho que o rock and roll vive disso.”
O argumento “o rock está morto”, nos últimos tempos, com o aparecimento de novas abordagens a diferentes estilos musicais, tem surgido muito.
Por: Mafalda Torrinha - 16 março 21