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Reportagem: Hochiminh, Speedemon, Cultus Deorum, Rage and Fire, Dercetius e Dolmen Gate (Estrelas Metal Fest) @ Hollywood Spot, Feijó – 30.09.2023


Foi uma despedida musical a este mês de setembro feita em grande estilo. Realizado numa sala que parece ter sido feita para este tipo de eventos, todos os presentes tinham ao seu dispor um espaço exterior propicio ao convívio. Estilos musicais diversificados e bandas experientes, estavam reunidos os ingredientes para que este festival corresse pelo melhor. 

Tal como estava programado, o evento teve início logo pelas 17h30 com os Dolmen Gate. Apesar das limitações do seu baixista Nuno, que teve que atuar sentado, a banda de heavy metal épico deu um bom concerto. Guitarras ao despique, uma voz feminina poderosa, esta é uma banda a ter debaixo de olho. Para além dos temas que compõem o seu EP, Finis Imperii, os Dolmen Gate interpretaram músicas suficientes para preencherem 30 minutos de atuação a que tiveram direito. 


A banda seguinte também tinha uma senhora na sua formação. Falamos de Mariana Luís que juntamente com Ricardo Pato formam uma dupla de guitarras que se completa muito bem. “Mirage of Dreams” surpreendeu pela sua introdução mais melódica, sendo que continua a ser um tema à Dercetius, ou seja, ritmo forte, com boas vocais, tudo aquilo que queremos encontrar numa banda de death metal melódico. Os temas tocados nesta tarde foram todos extraídos do seu álbum de estreia, Withered e a atuação da banda lisboeta terminou com “The Last Enchantment”.

A banda que se seguiu é um projeto recente. Os Rage and Fire lançaram este ano o seu primeiro álbum, The Last Wolf, mas são uma banda composta por elementos, todos eles com uma larga experiência no underground nacional. Praticando um heavy metal de cariz mais clássico, os Rage and Fire tocaram então temas desse trabalho, com destaque para “Tell the Tales (of Medusa)” e “The Last Wolf”, que encerrou a atuação bem-disposta do quarteto lisboeta. Pelo meio houve ainda oportunidade para uma estreia. “The Summoning” foi interpretada pela primeira vez no palco do Estrelas Metal Fest. 

Após um intervalo um pouco mais longo que permitiu uma pausa para jantar, a festa prosseguiu com os Cultus Deorum. Esta banda, que nasceu das cinzas dos Inhuman Architects apresentou-se com um vocalista convidado de peso. Nada mais que Lucas Bishop dos Downfall of Mankind e o resultado só poderia ser algo de muito positivo. As primeiras movimentações do público em zona frontal ao palco deram-se por esta altura, todas a pedido de Lucas que é sem dúvida dos melhores frontman do nosso underground. Para além de temas dos Inhuman Architects, os Cultus Deorum tocaram também música nova, como o seu mais recente single, “Valiant”. Fazendo uso de muitos samples, este quarteto foi sem dúvida o que apresentou uma sonoridade mais pesada, fruto do seu death core. “Interplanetary Suffering” pôs fim a uma atuação intensa dos Cultus Deorum. 

Atrevo-me a dizer que muito do público presente comprou o seu bilhete por causa dos Speedemon. Speed thrash metal brutal que põe toda a gente a mexer, foi o que assistimos durante a sua atuação. Hellcome é um grande álbum, onde a banda vai buscar a quase totalidade dos temas que interpreta, mas começa a ser curto, existindo muita expetativa acerca de um novo trabalho do quarteto de Vila Franca. Por enquanto, temas como” Thunderball”, “Atrocity Divine” (hoje com uma introdução de guitarra) e “Road to Madness”, por exemplo, continuam a fazer as delícias do público. Mosh pit, crowdsurfing, foi a loucura durante a atuação deste quarteto que terminou com “Words of Fire”, ao que tudo indica, um tema novo. 

A responsabilidade de encerrar esta primeira edição do Estrelas metal Fest coube aos Hochiminh. A banda originária de Beja tem também ela um público bastante fiel e isso é percetível nos seus concertos. Muita energia e simpatia que não foram suficientes para disfarçar a ausência do seu baixista Pedro Reis. Quem acompanha os concertos dos Hochiminh, não pode deixar de reparar nesse aspeto. Ainda assim, a banda esteve à altura, oferecendo um concerto de metal industrial repleto de clássicos, onde não faltaram temas como: “Crawling”, “Wasted” e “Madness”, por exemplo. Incutindo sempre um pouco de humor nos seus discursos, João Ramos (Skatro), manteve sempre o público divertido e a animação foi garantida durante os 45 minutos da sua atuação. “Alive” não pode faltar e foi mesmo esta malha a colocar um ponto final no concerto dos Hochiminh e consequentemente nesta primeira edição do Estrelas Metal Fest.

Balanço bastante positivo neste que foi (espera-se) o primeiro de muitos eventos Estrelas Metal Fest. Boa organização, com os horários a serem respeitados, bandas com qualidade e público a responder à chamada. Não é preciso muito mais. Até para o ano.


Texto por António Rodrigues
Fotografias por Sabena Costa
Agradecimentos: Hollywood Spot