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Reportagem: GSM Fest - 17/06/2011

Gallus Sonorus Musicallis... o maior festival de beneficência em Portugal teve lugar nas Termas do Eirogo em Barcelos entre os dias 16 e 19 de Junho. O dia 17 tinha todos os ingredientes para ser um excelente dia de (quase) Verão mas, devido às baixas temperaturas que se fizeram sentir, foi um dia de (quase) Inverno... felizmente, as bandas do dia animaram suficientemente os ânimos. As hordes começaram com algumas actuações que não tiveram grande audiência pois ainda era bastante cedo quando os shows começaram e a hora de ponta associada à dificuldade em viajar até Galegos de Santa Maria e encontrar as Termas complicaram a vida aos metaleiros. Pelas 19h35m os portuenses Urban War actuaram no palco secundário e presentearam o público com o seu estilo groove alternativo. Tocaram temas como “2 faces against the Wall”, “As I hold the moment” e “Until it falls”. A sua energia em palco foi cativante. Os W.A.K.O seguiram-se no palco principal. Os We Are Killing Ourselves provaram o motivo pelo qual são considerados uma das melhores bandas de Death/Thrash em ascensão no nosso país. O álbum “The Road Of Awareness” lançado este ano, teve destaque especial.
De seguida, no palco secundário, estiveram os Grankapo que presentearam a crescente audiência com o seu estilo hardcore. O álbum “The Truth” que será lançado, pela Hell Xis em breve, teve destaque com os temas “We’ll never die”, “Private Hell” e “Left for Dead”. O concerto foi bastante enérgico. Os Mata Ratos entraram em acção por volta das 21h30m e foram uma das primeiras bandas a juntar mais pessoal e conseguiram, de facto, animar a malta. A energia do Miguel contagiou o público que se rendeu a temas como “És um homem ou um rato”, “Outra rodada”, “Amor eterno”, “Paralisia Cerebral” e “Xupaki”. Escusado será dizer que a melhor reacção foi para o famoso “A minha sogra é um boi”. Como seria de esperar, durante a actuação estes punk rockers usaram e abusaram de calão quer nas letras quer no contacto com a audiência.
No palco secundário tocaram os portugueses For The Glory cuja sonoridade é hardcore puro. A banda esteve sempre muito activa e deliciaram os seguidores do género com alguns temas bem conhecidos como “Survival of the fittest”, “Fail me” e “One amongst many”. Seguiram-se os nu-metallers italianos Exilia e, aquando do início da actuação desta banda, havia dois belos cavalos brancos montados por dois capas negras a passearem-se no meio da audiência... o público ficou sem perceber se fazia parte do show ou se foi pura coincidência... Os Exilia apresentaram um bom espectáculo a transbordar de energia, especialmente por parte da vocalista Masha que não se cansou de interagir com o público. A energia de Masha destacou-se, assim como a saia tradicional escocesa usada pelo novo guitarrista Aimer. “Coincidence”, “Can’t break me down”, “Day in hell”, “Far from the dark” e “Kill me” originaram headbanging e permitiram os Exilia fazerem uma visita ao seu último álbum “My own army” e apresentar temas do novo “Decode, cujo lançamento sofreu um ligeiro atraso. A italiana não se cansou de puxar por “Bar...ce...los” mas nem sempre a resposta era excelente... aliás, numa das vezes, a pronúncia traiu-a um pouco e pareceu que dizia “Vai...ser...hoje”... obviamente todo o público aguardava ansiosamente o resto da frase e só à terceira vez é que foi perceptível o que ela pretendia dizer e a reacção foi efusiva! Um pouco antes da meia noite, os GoDog tocaram no palco secundário. Os Barcelenses tocavam em casa, o espaço ficou repleto com pessoal. A actuação esteve centrada no álbum “Tell me a story” e, para quem desconhece, uma das particularidades desta banda é terem uma violinista mas, infelizmente, o instrumento não teve a tão merecida posição de destaque porque o seu som estava demasiado baixo. Os GoDog tocam instrumentais simplesmente poderosos que os destaca das restantes bandas presentes neste festival. A resposta do público foi óptima, principalmente aquando da cover do tema “Vaca de Fogo” dos Madredeus. O frio sentia-se até aos ossos e a espera pelos Paradise Lost ainda ia continuar. Após os GoDog, alguns membros da organização estiveram no palco principal a agradecer ao público a sua presença para ajudar uma causa tão nobre, a Paramiloidose. De seguida, o radialista Miguel Melo, do aclamado Sinfonias de Aço, procedeu à entrega do Prémio Gallus Sonorus Musicallis ao vocalista dos Mata Ratos, Miguel Newton, por quase trinta anos de dedicação à música portuguesa. Finalmente chegou a tão desejada hora... os Britânicos Paradise Lost iam deliciar a audiência portuguesa mais uma vez... e entraram em grande com o tema “Enchantment” que é a abertura do velhinho “Draconian Times”. Os ânimos ficaram logo ao rubro e, por causa do frio intenso, Nick Holmes comparou Portugal à Inglaterra. Os Britânicos fizeram-nos viajar no tempo com temas que são intemporais e levaram a audiência ao delírio com “Hallowed Land”, “As I die”, “Forever Failure”, “Pity the Sadness” e “Embers fire”, retirados dos excelentes álbuns “Draconian Times”, “Icon” e “Shades of God”. O público demonstrou mais entusiasmo pelos temas antigos que tornaram os Paradise Lost nos ícones que são hoje, do que por temas mais recentes como “I remain”, “Erased”, “The Enemy”, “One second”, “Say Just words” e “Faith Divides Us Death Unites us”. Foi interessante verificar que o guitarrista Aaron Aedy estava a curtir imenso o espectáculo pois cantava todos os temas e estava super animado. Em contrapartida o baixista Steve e o guitarrista Gregor demonstraram que são músicos mais introvertidos que raramente enfrentam os olhos do público, apesar de serem alvo frequente das objectivas dos fotógrafos. O vocalista abordava o público ocasionalmente, para pedir cerveja ou para nos incentivar a cantar ou a levantar as mãos, bater palmas... não há dúvida que é um óptimo frontman. . Apesar do frio gélido, foi uma noite memorável em que os Paradise Lost não desapontaram. Para visualizar mais fotografias do evento, basta clicar nesta ligação.

Texto: Sónia Fonseca
Fotografia: Vânia Santos
Agradecimentos: Organização do GSM Fest