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Ace Of Hearts - "Monster" Review

Ace Of Hearts….decorem este nome, porque provavelmente irão ouvir falar deles num futuro próximo, isto lá está, se as estrelas (leia-se lobbies) se alinharem. Mas afinal, quem são estes Ace Of Hearts? Banda formada por membros italianos e um luso-britânico: Andrea Buratto (baixo) e Frederico Pennazzato (baterista) dos Secret Sphere, Antonio Agate (teclista) outrora também pertencente a esses mesmos Secret Sphere, Gianmaria Saddi (guitarra) e Johnny Icon (vozes). O mesmo Johnny Icon que em tempos pertenceu aos extintos Icon and the Black Roses, banda portuguesa de rock gótico, que em 2004 lançou um álbum que terá sido das melhores coisinhas que já se fizerem neste espectro por terras de Camões, pese embora a gritante falta de originalidade.

Ainda que a banda descreva o seu som como uma mistura de Metallica, Nightwish e HIM, são estes últimos que servem como maior fonte de inspiração, muito devido, lá está, à componente vocal, pois Johnny Icon tem de facto bastantes parecenças vocais com Ville Vallo.

Portanto, é de rock gótico que falamos, daquele emocional, com raízes nos anos 80, mas com uma abordagem suficientemente moderna para não soar a datado. Pelo meio uns solos bem conseguidos, e teclados por todos os lados. Os destaques são bastantes. A primeira faixa, Eternal Life, é logo uma surpresa agradável, com um refrão delicioso, daqueles que não nos põem a cantarolar a tarde toda, mas que nos dão uma sensação de uma eloquência emocional de excelência. Já na faixa titulo, vemos um interessante contraste entre a força das guitarras nos versos, com a frágil melodia do refrão. A mesma fórmula segue Elixir or Poison, mas desta vez com um interlúdio brilhante, que dá caminho ao último refrão. A balada From Leaves to Heart captura um pouco a beleza de Close to the Flame dos HIM, e os teclados em conjunto com a voz de Johnny de So Many Words, são surpreendentemente envolventes. A fechar, Revenge grita-nos anos 80 com toda a sua energia. A componente lírica é a esperada, letras emocionais, com metáforas alusivas a desgostos amorosos.

Embora a maior parte dos músicos não sejam novos nestas andanças, "Monster" é uma estreia muito boa, para uma banda promissora. A falta de originalidade é sem duvida o seu ponto mais fraco, mas sejamos sinceros, quando a qualidade é grande, as comparações deixam de ser o foco principal para passarem a ser fait divers. E se é verdade que o fantasma dos finlandeses assombra estas 9 faixas, não é menos verdade que pouco a pouco se vai dando cada vez menos por ele.

Nota: 8.4/10

Review por António Antunes