About Me

Angel Witch - “As Above, So Below” Review

Há aquele exemplo de bandas que têm o seu apogeu nos anos 80, e que de repente voltam com um álbum de originais após uma pausa de 20 anos; há o exemplo das bandas que nascem nos 80’s e só cerca de 30 anos depois, é que lançam um longa-duração (Indirectamente, os Hell, neste caso), e há aquelas bandas que têm a sua força concentrada num membro, e que por muitas mudanças de formação que possam haver, a alma está lá até que o fundador dê o braço a torcer. Os Angel Witch enquadram-se neste último exemplo, com excepção de que Kevin Heybourne ainda não desistiu daquela que é uma das pérolas mais bem escondidas do Heavy Metal. Na verdade, já foram menos conhecidos, mas ainda é muito o fã tradicional de Heavy Metal com o colete e com uma t-shirt de Manowar ou Accept, que não sonha sequer com a existência desta banda, o que é pena.

Já se passaram vinte e seis (!) anos desde o último álbum dos Angel Witch, “Frontal Assault”, e este ano, sucede-lhe “As Above, So Below”, que é correcto dizer-se que é a segunda parte do álbum homónimo de 1980. Trinta e dois anos depois, o regresso às raízes.

Basta olhar-se para a capa que bem podia ser de uma banda de Doom Metal, ou mesmo de Black Metal ambiental… assim como a capa do mítico álbum de estreia da banda.

Para os menos informados, outra semelhança bem significativa, é o regresso de Kevin Heybourne aos vocais, com novos acompanhantes (Will Palmer e Andy Prestridge no baixo e bateria, respectivamente), já ao vivo, o novo acompanhante do colectivo do guitarrista e agora vocalista, chama-se Bill Steer, e é um nome certamente conhecido para os amantes de música mais extrema.

Este álbum não tem muito que se lhe diga. Aliás, o Heavy Metal tem desse “problema”… inovação (quase) zero e previsibilidade (quase) acima dos 100%... mas sabem? Quando essa previsibilidade resulta em algo que delicia qualquer fã do género, com os riffs galopantes ‘do costume’, com refrões orelhudos q.b e com solos catchys como tudo, a previsibilidade ou a falta dela deixa de ser relevante no contexto. É duvidoso que quem goste do género rejeite a qualidade enorme de músicas como “Dead Sea Scrolls”, “Gebura” ou “Guillotine”, ou que não se deixe levar pelo espírito mais lento de “The Horla”, ou torça mesmo o nariz ao momento mais acústico no final de “Upon This Cord”

Sem muito a acrescentar, é um bom regresso dos Angel Witch e simultaneamente um álbum muito aconselhado aos fãs de Heavy Metal. Não vamos dizer que é um álbum épico capaz de competir com o colosso que foi, por exemplo, o novo álbum de Accept, mas tem uma qualidade inegável, sendo também uma fórmula diferente da praticada pelos germânicos. Com tanto lançamento de qualidade que o género tem oferecido ultimamente, dá a impressão que este está a voltar em força. Que assim seja!

Nota: 8.2/10

Review por Diogo Marques