Muito se tem falado dos Big Four do thrash metal norte-americano: Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax. Mas muita gente se esquece dos Big Three do thrash germânico: Kreator, Sodom e Destruction, três nomes indispensáveis do género. E se os Metallica são, fruto da sua popularidade, os líderes americanos do thrash, na Europa o maior nome deste importantíssimo sub-género do metal, são os Kreator, isto devido à sua grandiosa carreira.Nos anos 80 e início dos 90, a banda editou alguns dos melhores álbuns de thrash, numa versão brutal do género, e durante o resto da década de 90, experimentou novas sonoridades, mais industriais e góticas, tendo desiludido muitos fãs. Em 2001 regressaram em grande forma ao thrash com "Violent Revolution", mas numa vertente menos extrema da que faziam no passado, com elementos de death metal melódico e heavy metal tradicional. Os seguintes "Enemy Of God" e "Hordes Of Chaos" deram continuação a esta sonoridade mas com um acréscimo de peso e agressividade, tendo estes álbuns sido do melhor que foi feito no género, na década passada.
"Phantom Antichrist", 30 anos após a banda ter começado a sua carreira, ainda com o nome Tormentor, mostram uma banda ainda com fome de fazer música forte e relevante. Ao contrário de "Hordes Of Chaos", que nos agarrava mais pela sua agressividade e velocidade, prende-nos pelas suas grandes melodias de guitarra. A melodia do heavy metal tradicional e do death metal melódico, nunca esteve tão presente num álbum de Kreator como neste, nem mesmo em "Violent Revolution", o que torna este álbum extremamente catchy. Não se assustem, o peso continua presente e este continua a ser um álbum de thrash, mas os Kreator usam e abusam aqui da melodia, para manter as coisas interessantes e o seu som tão fresco como quando iniciaram a sua carreira. Mille Petrozza, Ventor e companhia, sabem bem que álbuns como "Pleasure To Kill", "Extreme Agression" e "Coma Of Souls" são irrepetíveis e lançaram um álbum em pleno 2012, que é capaz de se impor pela sua qualidade e não por uma tentativa da banda de reviver o passado.
O álbum é todo forte mas só as primeiras quatro músicas já valem a sua compra. "Phantom Antichrist" cumpre a tradição dos temas título fortíssimos e é uma excelente representação da sonoridade deste disco, assim como a fantástica "Civilization Collapse", os dois melhores temas do disco, candidatos principais a fazer parte das setlists dos concertos da banda. A antémica "From Flood into Fire", evoca o metal tradicional mais do que nunca e é outra das músicas em grande destaque neste disco.
Os Kreator são, entre todas as bandas veteranas de thrash metal, sem dúvida uma das que continua a fazer melhor música, e quem gostou dos três álbuns anteriores e não parou no tempo, nos trabalhos dos anos 80, certamente vai encontrar motivos suficientes para apreciar "Phantom Antichrist".
Nota: 8.6/10
Review por Mário Rodrigues
