About Me

Rush - "Clockwork Angels" Review

Quando se fala em rock progressivo, os Rush são sempre uma banda que deve ser mencionada e lembrada com grande respeito. O power trio canadense composto por Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart trouxe-nos álbuns de excepcional qualidade ao longo da sua carreira e é após um jejum de cinco anos, que nos chega o mais recente registo da banda.

O enredo que envolve “Clockwork Angels” narra as aventuras de um jovem que embarca numa viagem cheia de peripécias e aventuras com o simples objectivo de concretizar os seus sonhos. É sobre este pano de fundo que foi congeminado por Neil Peart e pelo escritor de ficção científica Kevin J. Anderson que se inicia este registo com o tema “Caravan”.

Ao ouvirmos este tema, apercebemo-nos que estamos a ouvir uns Rush bem oleados, que ainda sabem jogar com as características que nos habituaram ao longo da sua carreira, seja pela voz característica de Geddy Lee, seja pelas melodias cativantes de Alex Lifeson. Após o início promissor segue-se “Bu2b”, uma faixa com um início morno, mas que acaba por se expandir num tema viciante, graças a um riff bem orelhudo, por parte de Lifeson, enquanto, noutro plano os fãs das capacidades de Geddy Lee se deliciam com o seu extraordinário trabalho nesta malha. A faixa título é o tema mais longo deste registo e mais um exemplo onde se atesta a virtuosidade deste trio e das sensações que nos pode transmitir. A viagem que os Rush recontam neste álbum tem momentos de contemplação e reflexão, mas também certos momentos que relatam conflitos internos que nos fazem identificar com as aventuras narradas. Temas como “Carnies”, “Halo Effect” e “Seven Cities of Gold” trazem-nos texturas bastante interessantes e paisagens sonoras que deliciam os ouvintes de forma indescritível. Apesar de per se os temas de “Clockwork Angels” serem bastante razoáveis, são o seu enredo e conceito bem orquestrado que lhe conferem uma qualidade acima da média.

A sensação que obtemos ao ouvir deste registo é a de que os Rush se mantêm fiéis a si mesmos e que continuam a revolucionar o seu passado, tornando-o actual e dando cartas para ainda se manterem no activo por bons anos. Em suma “Clockwork Angels” é um registo que nos leva a uma viagem mirabolante e nos convida a deambular por trilhos que nos guiam a uma jornada sonora que não desilude.


Nota: 8.7/10

Review por Ruben Mineiro