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Machinae Supremacy - "Rise Of A Digital Nation" Review


Há títulos felizes sem dúvida. Ouvindo o novo disco Rise Of A Digital Nation dos suecos Machinae Supremacy, há toda uma amálgama de pensamentos, bons e maus que surgem na cabeça de um indivíduo, mas que em tudo nos transporta para aquilo que este título sugere, a ascensão das máquinas, numa era digital, que de nova não tem nada. 

Para já, para quem não conhece imaginem os Dragonforce, menos rápidos, exuberantes, e até certo ponto, mais sérios, fundidos com aquela atitude demasiado imediata dos Amaranthe. Ou seja, power metal com grande enfoque nos sintetizadores, e com alguns dos sons mais irritantes que este género já deu a conhecer, próprio de quem redescobriu algures no sótão da casa dos pais a antiga Nintendo Nes, e achou que seria engraçado tirar alguns sons do Mega Man III ou do Contra, e englobar na sua música. Daí que desde os instrumentos até à produção, a coisa tenha uma atmosfera muito…digital, às vezes perigosamente próxima do artificial, no pior sentido da palavra.

É que músicas catchy lá eles conseguem fazer, mas não ao ponto de poderem sobreviver a uma produção tão polidinha e linear em que ao fim de umas poucas audições, a coisa já se começa a tornar cansativa.

Mas valha a verdade, quando se depreende aquilo que é verdadeiramente os Machinae Supermacy, chega-se à conclusão que a coisa não poderia ser de outra forma. Afinal de contas estamos na presença de uns tipos, que antes de serem músicos são ávidos gamers, cujo conteúdo lírico que escrevem gira em volta de todos esses universos ligados ao mundo digital e dos jogos de computador, alias de que outra forma se justificariam títulos como Republic Of Gamers ou Laser Speed Force? Como tal, a existência de todos os ruídos anteriormente referidos, acaba por fazer todo o sentido, é só preciso encará-los no contexto certo.

Quando existe uma coerência e sintonia entre conteúdo lírico e instrumental, então meus amigos, as críticas cingem-se apenas à parte subjectiva, e nesse âmbito confesso que já ouvi melhor.

Nota: 7/10

Review por António Salazar Antunes