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De Profundis - "The Emptiness Within" Review


Formados em 2005 na Inglaterra, sendo este o terceiro álbum do seu currículo, e contando com uma extensa lista de concertos à volta do mundo (alguns como suporte a bandas de grande relevo como por exemplo Iron Maiden) os De Profundis praticam um Doom\Death Metal Progressivo, com vocalizações essencialmente guturais, e um ocasional ataque “jazzístico” (principalmente ao nível do baixo - instrumento musical raramente aclamado, e que neste álbum assume um papel preponderante). Apesar de serem uma banda relativamente desconhecida, têm já cimentando o respeitável status de banda promissora do estilo.

Estamos sem dúvida perante músicos tecnicamente superiores, que nos entregam um álbum sólido e com predicados suficientes para eventualmente agradar a fãs dos primeiros álbuns de Opeth (e já perdi a conta ao número de vezes que chamei o colectivo Sueco à colação. É de facto impressionante a constatação da influência dos Opeth em tudo quanto conflua com Death metal progressivo!!!). Note-se ainda a existência daquele “toque especial” a Doom\Death britânico, que existe subentendido nos riffs de guitarra, ou nas vocalizações pontuadas por sussurros (quase declamações – como acontece por exemplo na “Delirium”). De referir também o excelente trabalho de guitarra solo, expondo claramente o domínio técnico em várias cambiantes do metal.


Contudo… contudo… não pudemos deixar de sentir que os De Profundis ambicionam “jogar” numa liga extremamente difícil e competitiva, e que talvez não possuam ainda a unicidade que os destaque… que os faça levantarem-se de entre os seus pares. Sim… a liga do Death Metal Progressivo encontra-se hoje muito lotada por nomes de grande excelência. E apesar do já citado colectivo Sueco ter, aparentemente deixado livre o trono do estilo, perfilam-se bandas com mais celsitude para ocupar tal trono. De certo modo, sentimos – e devemos realçar a estrita opinião pessoal deste humilde escriba - que os De Profundis têm todos os ingredientes para que isto funcione… só não os misturaram “ainda” da maneira adequada! Houvessem mais músicas com o equilíbrio, por exemplo, da “Dead Inside” e talvez o “The Emptiness Within” se destacasse mais, e se assumisse como um peso pesado do estilo. Porém, tal equilíbrio é inexistente. Existe superioridade técnica, porém cremos que falta sentimento, falta uma certa alma… e com isso, inevitavelmente acabam por faltar “músicas” memoráveis (muito embora existam bons momentos em determinadas músicas, eles não se unem, não se desenvolvem!).


É porém importante realçar que que não estamos perante um mau álbum, principalmente no que toca ao já referenciado contributo “jazzístico” deste Death progressivo.


Mas por tudo quanto referimos, acreditamos que este é um daqueles álbuns mais propensos a agradar músicos do que ouvintes só de per si. 


Aguardemos pacientemente o ditame do futuro.


Nota: 7.4/10

Review por Sérgio Carvalhais Correia