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Svyatogor - "Doctor Veritas" Review


Os Svyatogor são uma banda proveniente da Ucrânia, formados em finais de 1999, e ainda que sejam uma banda relativamente desconhecida, apresentam com este “Doctor Veritas” o seu já terceiro registo de originais.

Evoluindo de Pagan Black Metal para um actual Black/Death Metal com uns laivos progressivos, o Doctor Veritas poderá desde logo cativar fãs de Metal mais ecléctico (como por exemplo fãs do trabalho a solo do Ihsahn).

Da costela Black Metal pouco resta - com excepção das vocalizações tendencialmente mais negras e de uma ou outra característica instrumental mais agressiva - e a verdade é que o que torna este trabalho tão cativante e tão viciante, são os seus pormenores formidáveis, de mundos musicais diversos, que ora passam pelo metal, ora pelo rock ou folk, e até pelo jazz, numa sensibilidade artística sublime, onde se encaixam instrumentos variados (xilofone, violino, saxofone, piano, e até samples de música electrónica, de vocalizações e frases perdidas) contribuindo para  um resultado surpreendentemente original.  O álbum em apreço ostenta-se como uma aposta clara da banda na categórica demanda pela sonoridade que os coloque no mapa. E da nossa parte, não podemos esconder que ficamos surpreendidos com a solidez e arrojo considerável no que à composição dos temas concerne.

O Doctor Veritas é um álbum que cresce dentro de nós, e que sofre metamorfoses consoante o nosso próprio estado de espirito: tanto podemos sentir a sua agressividade extrema, advinda das lancinantes vocalizações e furiosos blast beats, como subitamente tropeçamos num riff tipicamente thrash metal, ou num harmonioso solo blues!

Acrescendo ao carácter ecléctico do instrumental, somos enredados com vocalizações em Russo, em Francês, e claro, na sua maioria em Inglês (onde o padecimento de uma certa pronúncia, acaba por funcionar de um modo genuinamente sonoro e cativante)! Uma referência ainda para a belíssima capa que acompanha o álbum, uma vez que consegue a proeza de encaixar como uma luva na sonoridade deste trabalho … retratando uma espécie de árvore que se transforma num “anjo” ancião perdido em “fórmulas do tempo”.

Conscientes que estamos da sua originalidade (e genialidade!) admitimos porém que se trata de um daqueles álbuns capazes de criar fossos: ou se ama, ou se odeia.

Da nossa parte, confessamos professar agora um estranho culto por este álbum, e muita curiosidade relativamente aos posteriores trabalhos (tendo a banda já afirmado encontrar-se a preparar o próximo álbum) uma vez que, dada tal originalidade, não se repetem álbuns assim!

Para concluir, devemos apenas assinalar que cremos tratar-se de um álbum que interessará principalmente a todos aqueles que se identificam com os estilos citados, mas que acima de tudo procuram uma sonoridade distinta, imprevisível, e portanto perigosa.

Nota: 8.7/10

Review por Sérgio Carvalhais Correia