About Me

The Devin Townsend Project - "Epicloud" Review


Quando se fala de Devin Townsend, geralmente vem sempre à baila aquela velha questão da ténue linha que separa a insanidade da genialidade. O seu peculiar carácter, juntamente com o efeito que muitos dos seus discos tiveram nos seus fãs, fez com que ganhasse esse estatuto que não deixa quase ninguém indiferente. A juntar a isso, esta recente “sóbria” e eclética produtividade de 5 discos em 4 anos, com a sua nova banda The Devin Townsend Project, vem atestar ainda mais a teoria de que a tresloucada mente do canadiano vai muito além de químicos e narcóticos.

Confesso que apesar de admirar o seu talento, nunca nenhum dos seus projectos me encheu verdadeiramente as medidas…até Addicted ser ler lançado, talvez por contar com a participação especial de nem mais nem menos que Anneke van Giersbergen. É que convenhamos, até 2009 poucas ou nenhumas eram as participações exteriores nos discos de Devin Townsend, como tal, para chegar ao ponto de dividir linhas vocais com alguém na maioria das músicas, essa pessoa teria que ser mesmo especial. Daí que a coisa mesmo antes de estar feita já tinha tudo para correr bem, e felizmente correu mesmo.

Chegamos a 2012, e Devin Townsend repete a façanha, voltando a fazer um disco em que mostra o seu lado mais simples, e com a participação especial mais uma vez da mesma Anneke. O que até não é despropositado, visto um ano antes termos sido brindados com um disco quase ZEN e um outro caótico.

Para já o melhor que se pode dizer de Epicloud, é que não soa a Addicted reciclado, mas sim como uma continuação do mesmo, quase como se tivesse sido escrito na mesma altura (alias não seria de todo absurda uma futura edição dos dois discos num só).

Daí que mesmo que a simplicidade seja latente, Epicloud nem por isso é mais linear que os seus outros trabalhos. Se por um lado temos momentos mais enérgicos como Liberation ou More, típicos do músico em questão, por outro temos refrãos pop absolutamente geniais como Hold On ou Where We Belong. Desta vez, e ao contrário de Addicted (Ih-Ah!) até quando o musico exagera na lamechice a coisa funciona (Divine). Já Save Our Now e Angel é onde Anneke brilha, e não é por acaso que serão porventura as melhores malhas do disco.

É difícil saber qual dos dois, Epicloud ou Addicted é o melhor, o tempo terá a última palavra nesta decisão. No entanto fica a promessa de que quem gostou de um provavelmente gostará do outro, da mesma maneira que Epicloud dificilmente irá agradar a quem não achou piada a Addicted.

Nota: 9/10

Review por António Salazar Antunes