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The HAARP Machine - "Disclosure" Review


Advindos do Reino Unido, os “The HAARP Machine” são uma banda que pratica Death Metal Melódico e tendencialmente técnico\progressivo (alguma imprensa resume a coisa como Deathcore).

Este primeiro lançamento da banda estava rodeado de alguma expectativa devido principalmente a 2 factores: o seu virtuoso guitarrista “Al Mu’min” vinha partilhando as suas proezas musicais pela internet (contendo algumas das músicas deste álbum, entretanto reformuladas), e de a banda ser assinada pela “Sumerian Records” (editora que nos tem presenteado com apostas de grande qualidade, entre as quais estão por exemplo os “The Faceless”).

A música dos The HAARP Machine pode resumir-se ao uso intrincado e profundamente técnico de riffs e solos de guitarra numa toada Deathcore, confirmada pelo acompanhamento vocal (imaginemos os próprios The Faceless ou até alguns rasgos a fazer lembrar Between the Buried and Me – note-se contudo, apenas no que for musicalmente aplicável!), intercalados com nuances profundamente melódicas (diria quase mesmo como uns Scar Symmetry), sem que no entanto consigam, seja ao nível da composição, ao nível técnico, ou em demanda melódica, os mesmos resultados equilibrados e interessantes de qualquer das bandas citadas.

Curiosamente o álbum faz-nos prever uma aproximação sonora ao folk do Médio Oriente, desde logo devido à postura e eventual ascendência do seu mentor “Abdullah Al Mu'min”, e até ao caminho trilhado na primeira faixa do álbum, em que são utilizados instrumentos típicos daquela zona do planeta (desde logo a “sitar”, e a própria percussão).

Contudo, infelizmente, os The HAARP Machine não apostam tanto assim nessa fusão de Death Metal Técnico com sonoridades do Médio Oriente (o que teria sido interessantíssimo!), e o factor originalidade acaba por diluir-se imenso, frustrando as expectativas iniciais.

A essência do álbum reside de facto nas capacidades técnicas do guitarrista, e na tentativa de abordagem ocasionalmente melódica ao nível vocal. E ainda que não sendo – nesses aspectos - um álbum mal conseguido, a verdade é que acaba por não ter argumentos suficientes para se destacar.

O talento está todo lá – uma vez mais se reforce, principalmente ao nível da guitarra - só não cremos que tenha ainda sido devidamente explorado. Houvessem mais músicas como a fantástica “Pleiadian Keys”, com a sua consistência e equilíbrio ao nível da composição – a sua complexidade ao nível dos riffs e o seu contagiante refrão vocal - música que aliás, não tem paralelo no álbum, ou tivessem sido incrementados os elementos folk do médio Oriente, e talvez o resultado fosse mais positivo e digno de menção.

Porém, para já, apenas podemos assinalar o medianismo deste trabalho quando comparado com a genialidade de alguns dos seus pares.

Nota: 7/10

Review por Sérgio Carvalhais Correia