Perderia demasiado tempo a enumerar bandas marcantes nascidas nos anos 90. Em termos mais relevantes, posso referir os Soundgarden que têm álbum recém-lançado.
De facto, o que importa aqui são os Deftones, que nasceram na controversa altura do Nu Metal, mas que se conseguiram distanciar de todas as bandas à sua volta por assinarem uma sonoridade única, que prima por uma simplicidade e naturalidade que cativam mais que montes de efeitos. São daqueles casos em que a música fala puramente por si.
Mais tarde, foi infelizmente conhecida a situação de Chi Cheng. Ainda assim, os Deftones seguiram em frente e editaram dois colossos na sua discografia: “Diamond Eyes” em 2010, e este ano “Koi No Yokan”, que remonta para um dos álbuns do ano.
Diga-se que se o “Diamond Eyes” foi mais easy-listening, este álbum já não segue tanto esse registo, embora existam malhas que não precisem de grande atenção para despertar aos ouvintes o talento enorme deste coletivo de Sacramento. Da forma que falamos, até parece que os Deftones são novos a fazer boa música. Em faixas deste álbum, podemos ir da subtileza de “Leathers” ou de “Entombed” até à inteligente “Swerve City”, cuja bateria parece tocada por um robot de tão repetitiva que é. No entanto, é uma faixa bastante bem planeada e que supera o seu antecessor no que toca à abertura.
“Koi No Yokan” tem muitas texturas - elemento que já não é novo na música dos Deftones. Texturas diferentes. E essas texturas são extraídas de forma tão natural e genuína, que já há algum tempo que descrever um álbum dos Deftones deixou de ser uma experiência totalmente credível por escrito.
Nota: 9.2/10
Review por Diogo Marques
