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Unherz - "Die Wahrheit Liegt Dazwischen" Review


Até que ponto se pode levar a sério uma banda que coloca um rabo feminino de uma rapariga bem vestida (ou despida) e constituída? É uma pergunta de difícil resposta, até porque as formas da rapariga são... apreciáveis, no entanto podem dar indicação do tipo de proposta dos Unherz, que chegam com este álbum, cujo título é de difícil pronunciação, ao seu terceiro. O que temos é portanto, essencialmente, hard rock meio sleaze que por vezes pode pisar o traço que separa o hard rock do heavy metal - a "Jag Mich Zum Teufel" mistura de forma bem sucedida as duas, com direito a um bom curto solo.

A primeira faixa, "Schmerz Neu Definiert", abre o álbum de forma tanto genérica como energética - com um certo feeling mais punk, enquanto a segunda, "Mein Weg Mein Wille Mein Leben", tem um início com uma melodia que pode fazer lembrar Rammstein, que depois descamba num viciante riff que não é mais do que a mesma melodia mas ao dobro da velocidade. O solo de guitarra também é de assinalar. Segundo a banda, este é o seu melhor trabalho até agora e isso até pode ser verdade, mas a verdade é que ao terceiro tema, os primeiros já se fazem sentir, com "Seite An Seite" que tem um refrão cativante - o possível para algo cantado em alemão.

Esse é o grande problema de "Die Wahrheite Liegt Dazwischen", ser cantado em alemão. Não que se fossem cantados em inglês o álbum subisse de qualidade vertiginosamente, mas a verdade é que o alemão é uma língua com muito pouca musicalidade e se é mais aceite comercialmente hoje em dia (fora da Alemanha, claro), é mesmo pelos Rammstein, inevitavelmente - e é impossível não ouvir faixas como "Paranoia" e não pensar neles. Há pontos bons, como a "Benzin" que tem um lead marcante e bem melódico e um refrão que resulta bem. Depois existem soporíferos como a "Nur Wenn Du Traeume Hast", que não vão a lado nenhum e só começa a interessar com o solo de guitarra, realmente inspirado; ou a "Leuchtfeuer" que tem um certo feeling Quinta do Bill que pensamos ser desfeito a qualquer momento mas que... nunca o chega a ser, ou ainda a "Alles Was Ich Will" que é insípida demais para ser levada a sério. Isto depois dos ameaços quase cumpridosde "Dieser Traum" que se salva no refrão e da "King Kings Schwester", com um inicío a lembrar os anos 50/60, que depois descamba para algo mais punk, ou punkeka, conforme as sensibilidades.

Ora, para o mercado alemão, acredito que este álbum seja um sucesso, porque a produção é boa, os músicos competentes, e a composição não é má, apesar do que disse atrás. No entanto, para uma editora do calibre da Massacre, para competir com propostas no mesmo segmento hard'n'heavy, creio que ainda tenham que fazer algo muito superior a isto para que se destaquem internacionalmente. Por agora, é um produto para ser consumido, de preferência, exclusivamente, dentro das fronteiras da Alemanha - nada de errado quanto a isso.


Nota: 5/10

Review por Fernando Ferreira