Por muito que se seja alérgico a coisas com "pós" e a coisas com "Hardcore" na descrição de estilos, é impossível não sentir um arrepiozito com a intro "Oh, Catastrophe" e o seu feeling cinematográfico. Nota positiva pela entrada surpreendente (ou pelo efeito que a intro provoca). O tema título segue-se e quando se pensa que vai seguir pelo mesmo caminho, algo mais familiar começa a surgir. Os ritmos com groove, a voz gritada nos versos e melódico no refrão. No entanto, sem haver uma grande decepção por este facto.
Muito haveria por onde pegar para deitar este álbum abaixo, seja no comercialismo nas vocalizações - que poderão irritar qualquer um que tenha aversão a Linkin Park desde que começaram a passar na rádio - mas a verdade é que os Crown The Empire safam-se com distinção porque apesar dessas acusações poderem ser lançadas, a verdade é que eles o fazem de forma magistral, fazendo esquecer as críticas que são feitas a um estilo e que aqui, aquilo que os pode condenar é mesmo aquilo que os salva por o fazerem de forma tão magistral.
Música é tudo acerca de emoção, da emoção que se quer passar, até mesmo se a emoção que se quiser passar for a ausência de emoção. Se a música é isso, então, o que temos aqui é música no verdadeiro sentido, definição, do termo. Emoção. Faixas como a "Makeshift Chemistry", o primeiro single retirado do álbum, ou a "Two's Too Many" são faixas fortíssimas nas letras, lidando principalmente com a temática do desgosto amoroso, mas que o fazem de forma extremamente eficaz, o que faz com que os clichês percam toda a importância.
É um álbum com tudo aquilo que pode causar aversão, mas que graças a excelentes poemas, a ocasionais e bons arranjos orquestrais e um certo feeling gótico que vai surgindo aqui e ali, a bom trabalho vocal por parte dos dois vocalistas, a um seguro e sóbrio trabalho instrumental, acaba por se tornar um grande álbum, que até se pode nem discutir com aqueles que alegam que isto não é metal. Seja o que for, é bom.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
