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Memorain - "Evolution" Review


"Nations On Fire" inicia este quarto trabalho dos gregos Memorain de forma explosiva. A melhor forma de apanhar o ouvinte pelos, e perdoem-me a redundância, ouvidos, é dar por tudo logo no início e é isso mesmo que "Nations On Fire" representa, uma daquelas malhas que é impossível não se ficar impressionado logo à partida. É de tal forma excelente que bastaria esta música para comprar o álbum. Apresentando um thrash metal poderoso, com alguns tiques de Iced Earth, principalmente nos refrãos, mas bem mais bruto. E se pensam que a segunda faixa iria abrandar o ritmo, "Where Hate Lies" tem uma entrada ainda mais frenética e um refrão ainda mais poderoso.

Quem são estes Memorain que lançaram um álbum tão poderoso e assaram despercebidos desde 2002, ano do lançamento do primeiro álbum? Basicamente é um projecto de Ilias Papadakis que no álbum anterior contou com os préstimos de Nick Menza na bateria e que neste ainda elevou a fasquia da line-up de estúdio (ao vivo conta com outra completamente diferente), onde temos nomes como o de Chris Valago (vocalista dos Zimmer's Hole, West Of Hell e Mechanism), Steve DiGiorgio (Sadus, Soen, Ephel Duath e outras mil bandas e projectos), Ralph Santolla (Millenium e outras cem bandas e projectos) e Gene Hoglan (Dethlock, Meldrum, Zimmer's Hole e outras mil bandas e projectos). Como se não bastasse, ainda se tem direito à participação de David Ellefson (Megadeth) na composição da "Rules Of Engagement", faixa que também conta com os préstimos da voz de Tim "Ripper" Owens (Ex-Iced Earth e Judas Priest), e é uma das melhores do álbum. Ainda conta com Jeff Waters (Annihilator), Christian Wentz e Marc Pattison (Future's End), Carlos Perez (C:Real) e Laura Christine (Dreaming Dead).

"Evolution" é petardo respeitável de thrash metal, sem esconder a piscadela de olho ao power metal, muito ténue mesmo. É um álbum que pode passar despercebido por não estar numa das maiores editoras, mas só demonstra o olho que a Maple Metal tem para as apostas que faz. Thrash metal moderno, com uma identidade própria que os distingue de todas as modas presentes. E depois o bom gosto de fazer uma música instrumental que anda mais depressa que um TGV, "A New Era", é mesmo falar ao coração do metaleiro que cresceu a ouvir thrash e power nos anos oitenta. Um grande álbum que só suscita curiosidade para ouvir os álbuns anteriores e sobretudo para os ver ao vivo, para ver se conseguem reproduzir a intensidade aqui espalhada, considerando que apenas Papadakis se mantém na formação de palco. Certamente, uma tarefa hercúlea.
 
Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira