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The Amenta - "Flesh Is Heir" Review


Os The Amenta notibilizaram-se por serem brutos e de terem um toque industrial no seu som, no entanto não se pense em algo tão maquinal como os Fear Factory, pelo menos em termos rítmicos. O industrial está a cargo dos sons que se podem ouvir em faixas como "Ergo Ergo Sum", no início de "Teeth" ou nas instrumentais e opressivas "A Womb Tone" e "A Palimpesest", no entanto, a base é sem dúvida o death metal moderno, que aqui surge visivelmente mais sujo e agressivo em relação ao último álbum, "n0n".

Sendo já o terceiro por parte do grupo australiano, é de esperar já uma identidade formada - até porque diz o mito urbano que o terceiro álbum é sempre aquele que diz tudo de uma banda - e aqui temos os elementos que reconhecemos dos lançamentos anteriores da banda, e isso não seria um factor muito importante se não tivessemos nada mais nada menos do que três mudanças de formação desde o anterior longa duração, logo em pontos fulcrais quer no ritmo (bateria e baixo) quer na voz, que é sempre um factor decisivo e que uma má escolha pode deitar tudo a perder.

No entanto, aqui não há nada que corra mal. Os ambientes evocados são opressivos e intensos sem que para isso se tenha que recorrer a blastbeats e pedal duplo, apenas pelo trabalho a nível de teclados. A sujidade que referi no primeiro parágrafo também tem um importante papel a desempenhar neste ponto. As guitarras dissonantes também são um dos pontos de desconforto que fazem a diferença, se bem que neste ponto, o que a início faz a diferença, depressa se pode tornar um lugar comum visitado em excesso e que cansa. Apesar disto, não deixa de ser um lançamento intenso para todos os que gostam de death metal industrial e que esse termo não signifique apenas aquilo que os Fear Factory fazem e sobretudo fizeram no passado.
 

Nota: 7.5/10

Review por Fernando Ferreira.