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Blues Pills - "Devil Man" Review


O berro que inicia o tema título deste EP arrepia. De uma tal forma que se diz logo "estou apaixonado". A voz de Elin Larsson tem tanto de Janis Joplin como a música dos Blues Pills tem do melhor hard rock e heavy metal da década de setenta. Já imaginaram alguma vez, uma Janis Joplin heavy metal? Provavelmente nunca se lembraram de tal, mas assim que a ideia se instala, ficamos logo apaixonados. Pela segunda vez. O timbre da sueca também tem um certo timbre de algumas divas da música pop contemporânea, o que acaba por nos obrigar a ficar apaixonados pela terceira vez, já que nos mostra em como é possível usar este timbre de voz para o... bem.

O tema título tem poder que nunca mais acaba e depois segue-se "The River" que tem um saudável feeling blues, sempre com a voz de Elin Larsson a brilhar. A música também tem um papel importante a dizer, sendo que "Time Is Now" demonstra todo o poder da guitarra solo movida a um ritmo blues que agarra o ouvinte pelos ouvidos e não o deixa largar mais. Mesmo que ele quisesse, mas também quem é que iria querer tal coisa com um som destes. A finalizar tem-se "Dig In", com um ambiente mellow - que poderia passar despercebido não fosse a voz de Elin, finalizando de forma injusta este EP. Injusta porque queria-se tanto mais... mas tanto mais.

Um quarteto multi-nacional - americanos, suecos e franceses - que tem com apenas dezasseis minutos um dos melhores trabalhos retro que alguma vez foi feito. Estas afirmações são perigosas porque contém sempre um entusiasmo que nem sempre correspondem à realidade (ou se correspondem, nem sempre a realidade se mantém ao longo dos tempos), mas para ser sincero, é mesmo essa a sensação que fica. Essa e de vazio, porque dezasseis minutos passam num instante. O único consolo é que dezasseis minutos transformam-se em trinta e dois e trinta e dois em sessente e quatro, até que chega a um ponto, em que não interessa mais contar o tempo, apenas carregar no play novamente.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira