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Pelican - "Forever Becoming" Review


Três anos é muito tempo para uma banda como os Pelican estar ausente. Não que seja uma banda essencialmente revolucionária, que tenha o hábito de surpreender o mundo a cada lançamento, embora seja uma banda que tenha sofrido uma boa evolução deste o início da sua carreira. O que é certo é que a sua carreira parecia ter chegado a uma encruzilhada com a saída de um dos seus membros fundadores, o guitarrista Laurent Schroeder-Lebec, depois de terem lançado o EP Ataraxia/Taraxis o ano passado. Contra todas as expectativas do hiato ser mais prolongado, pouco mais de um ano depois está cá fora o quinto álbum que apresenta o novo guitarrista, Dallas Thomas. Segundo a própria banda, foi a saída do guitarrista que provocou a inspiração para a música, tendo, inegavelmente, um feeling mais intenso.

Não se pode dizer que esta mudança se tenha notado profundamente no resultado do seu trabalho, mas sem sombra de dúvida que este "Forever Becoming" é um dos melhores trabalhos do quarteto norte-americano desde que iniciaram a sua carreira. Uma progressão e fluidez pouco normal ao longo do álbum que obriga o ouvinte a esforçar-se para manter os pés na terra. Embrenhado no pós-metal e no pós-rock, tal tarefa revela-se por vezes impossível e até desaconselhada, já que assim, a magia destas oito músicas podem de alguma forma passar ao lado do ouvinte. Isto acontecerá com todos, inclusivé aqueles que acham que fazer música instrumental poderá cair no aborrecimento ou na repetição.

Definitivamente, isso não acontece por aqui, e momento algum.

"Forever Becoming" é uma viagem de cinquenta minutos, composta e dividida em oito outras viagens, mais pequenas que irá cativar principalmente os viajantes musicais. Aqueles que gostam de sair do seu corpo enquanto estimulados por um agente exterior que activa essa capacidade inata ao ser humano, muitas vezes esquecida. Um passo seguro na evolução da banda, não significando, tal como disse no início, uma revolução na sua sonoridade, sendo sim, um dos melhores álbuns da sua carreira. Para ouvir, uma vez, duas, três, até perder noção do tempo. E vão perder a noção do tempo.


Nota: 9.4/10

Review por Fernando Ferreira