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Blackshore - "Terror" Review


Black metal duro e cru é aquilo que nos trazem os Blackshore com o seu terceiro álbum. O tema título abre logo as hostilidades com o que parece ser um monólogo retirado de um filme que dá para preparar para a fustigação que vem por aí, com riffs sem grandes complicações e blastbeats a torto a direito com o baixo a preencher o espaço vazio, algo que se pode verificar muitas mais vezes ao longo do álbum. "Reaktor" utiliza um pouco do mid-tempo ameaçador que traz uma dinâmica interessante e necessária, no entanto é com "Troublemakers Black Metal" que as coisas dão uma curva, com o riff de abertura bem embrenhado em rock'n'roll sujo, tornando-se um tema que acaba por ter o seu encanto pela sua javardice.

"Panzervergnugen" é um pouco mais tradicional no que ao black metal diz respeito, não sendo por isso mais interessante, assim como a "Prayer To The Bombs". É por esta altura que o som da guitarra e as suas soluções (ou falta delas) começam a cansar um pouco, tendo o ponto positivo de não serem muito longas, mas numa música como "52 Meter" com quase seis minutos, as coisas até correm bem principalmente por até ter um riff inicial que dá ideia de ser épico mas que devido ao som primitivo (ou ranhoso, são duas formas de encarar a mesma situação) não se consegue perceberr exactamente o que se está a passar, mas isso não impede de sentir toda a epicidade presente na música. Acaba por ser a música com mais dinâmica do álbum, que só tem o defeito de acabar repentinamente, passando para a full throttle "Dystopian Demon Dynamite".

O grande problema do álbum acaba por ser o som da guitarra, que por vezes não consegue ter o som necessário para ainda acrescentar mais dinâmica às músicas do que aquela que já tem, algo que até nem é de todo comum num trabalho de black metal cru e primitivo. Outra questão acaba por ser a sua duração, tem mais algumas músicas do que aquilo que seria necessário, principalmente a última música, "U-Bootmagie" (não sei se o título tem alguma coisa a ver com submarinos mas a música e os seus estranhos efeitos sonoros sugerem para que sim), uma longa peça instrumental que tem no início algumas melodias em guitarra sem distorção mas com efeitos e que depois dá lugar a umas estranhas ambiências que aos poucos vão desaparecendo até que surgem os instrumentos tradionais, não se sabendo se é uma faixa escondida ou se é mesmo algo no seguimento da faixa - que se assim for, não faz o mínimo sentido.

É um álbum interessante, com as suas falhas e limitações mas que tem tudo para agradar ao apreciador de black metal puro e duro, com algumas variantes lá pelo meio mas que não deverão ser suficientes para arreliar os mais puristas. Interessante.


Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira