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Bewized - "Undead Legacy" Review


O metalcore é mesmo um bicho morto. Mas mesmo assim morto, ainda é uma carcaça apetecível para muitos e o interesse acaba por ser sobretudo quando vem de parte de alguma das bandas que estão acima das modas (aquelas chamadas fortes no velho ditado "apenas o mais fortes sobrevivem") ou quando então vêm de alguma localização mais exótica, factor esse que pode fazer com que a música seja original (ou esquisita) o suficiente para que seja interessante. Uma premissa que basicamente tem sempre a mesma resposta, infelizmente - algo que veremos no final desta pequena crítica.

Os Bewized são gregos e com este "Undead Legacy" chegam então ao segundo álbum, demonstrando algumas variações ao metalcore que até são interessantes, sejam as pianadas de "Pray Last Sin", sejam alguns pormenores electrónicos a surgirem na "Monster In Your Closet", ou a melodia da "The Prodigal Son" que serve de intro para a "Judas Kiss". Claro que se tem a velha e batida fórmula das duas vozes, a gritada e ríspida e a limpa e melódica, dando aquele efeito de déjà vú tão agradável como comer  arroz todos dias durante vinte semanas a fio. Não havendo mais nada, até se faz um esforço para comer arroz outra vez, o problema é que há mais e muito mais e muito melhor. E quando o arroz vem servido com azeite - caso da "Break Of Dawn" que parece saída de um mau dia dos Linkin Park - então aí é que se tem o caldo mesmo entornado.

Existem aqui bons momentos, inegavelmente, mas não se pode dizer que haja algum que marque realmente, que faça querer ouvir isto novamente. Não se pode acusar a banda de tentar fazer com que o álbum seja diversificado, o problema é que a diversividade conseguida é apoiada em diversos clichês - os dos efeitos na voz são aqueles que mais urticária causam. Por isso, e respondendo à questão inicial, apesar de serem gregos, de ser um género pouco comum ao país, isso não faz com que "Undead Legacy" justifique muitas mais audições antes de encostar ao canto e nunca mais pegar nele. Agora muito importante, isto é válido para quem não aguenta metalcore, ou se gostam mas estão um bocado fartos de ouvir os mesmos truques. Se por acaso até se passa relativamente bem por cima dos clichês, ou melhor, até gostam deles, então está aqui um grande álbum. Apesar da capa horrível.


Nota: 5.5/10

Review por Fernando Ferreira