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Alor - "Haerfest" Review


Mais uma one-man-band. É o primeiro impacto que se pode ter ao rever a informação acerca deste projecto espanhol Alor, comandado por Mikael Black (dos Lyset), cujo foco é o neofolk, usando alguma distorção, dando-se a aproximação ao metal - confundindo-se um pouco com o que se entende como pós-black metal, mas como já sabemos, não interessa realmente é se a música tem qualidade, que é o caso.

São sete músicas, sendo que a primeira, "While The Fall Paints These Woods In Red" é um longo épico, com treze minutos, praticamente instrumental, apenas com ocasionais linhas de voz que sinceramente nem se recordam onde surgem, como, nem sequer porquê. Este é um dos efeitos que o álbum tem, parece que é instrumental e mesmo sabendo que se ouve a voz de vez em quando, na mente do ouvinte, continua a parecer instrumental. O principal ponto do neo-folk é mesmo o ambiente que transmite e aqui temos um forte sentido de recaptura de tempos passados - como no "When At Night The Shadows Rise", que soa mesmo a passeio pelas zonas da Escandinávia umas boas centenas de anos atrás.

É esse efeito contemplativo que se instala e se vai ampliando, audição após audição. Temas como o já mencionado "While The Fall Paints These Woods In Red" e "Monanleoht" são essenciais e estão entre os melhores do álbum, que talvez peque por se tornar algo repetitivo e por ir perdendo a força conforme se aproxima do seu final, embora estrategicamente, se tenha músicas com distorção a fechar o álbum - que faz com que nos apercebamos de que o a programação da bateria (ou o seu som) não é muito feliz. De qualquer forma, é uma grande estreia, lançada de forma independente no ano passado mas que em boa hora a Northern Silence Productions decidiu reeditar em digisleeve no próximo mês de Fevereiro, limitada novecentas unidades.

 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira