Considerados uns dos, se não os percursores, do Black Metal espanhol, os Ouija quebram em 2013, um longo silêncio de praticamente 10 anos, com a edição de um novo álbum de originais. Este “Ave Voluptatis Carnis” propõem-nos 8 temas, recheados de uma atmosfera rica em termos de composição e muito envolvente no que respeita ao impacto final de cada uma das músicas. A maturidade da banda é óbvia fazendo com que esta abordagem escandinava atinja excelentes momentos logo no início do registo com as faixas “Lord’s Prayers”, “The Serpent Calls Me”, “I am Not Your Rescuer” e “Adversary”. Vendo bem, estamos a falar das quatro primeiras propostas sonoras desta edição, ou seja, metade do álbum, o que não deixa de ser um aspecto significativo e muito satisfatório.
Neste ponto, fazemos uma menção à produção, que até está bem cuidada, aliás isto nunca poderá ser entendido com uma crítica, mas sim como uma sugestão. Esta poderia ser mais forte, efectivamente, tudo soa na perfeição, um pouco limpo demais até, entendem, por isso estamos em crer que a introdução de mais pujança traria mais exuberância sonora à música dos Ouija.
As restantes faixas “Between Candles and Skulls”, “The Blood Centurion”, “Come Thy Kingdom” e “Magma” continuam esta dança, inflamando o espírito do ouvinte, porém com um pouco menos de intensidade, ainda que mantendo um elevado nível de qualidade. Esta mistura de uma sonoridade baseada nuns Dissection com uma forte presença de uns Root, incluindo a nível vocal, cujo trabalho é muito competente, torna a audição de “Ave Voluptatis Carnis” entusiasmante e dinâmica. Longe de ser um lançamento igual a muitos outros, os Ouija conseguem provar que os quase 20 anos de carreira contribuem, aqui, para um disco sólido e muito personalizado.
Nota: 7.9/10
Review por Pedro Pedra
