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Reportagem: Tarja, Sorronia @ Aula Magna, Lisboa - 28-01-2014


Regresso muitíssimo aguardado da cantora finlandesa ao nosso país, numa noite fria de Lisboa, mas que iria ficar extremamente quente de entusiasmo no interior da Aula Magna. A casa estava muito bem composta quando o soundcheck da banda de abertura, os húngaros Sorronia, ainda estava a decorrer. 

Começando exactamente à hora prevista, 20:30, a banda húngara entrou em palco, sendo muito bem acolhidos pelo público nacional, apesar de serem praticamente desconhecidos - o primeiro álbum foi lançado o ano passado, em Outubro. Com uma pequena intro e com o tema "Fallen Angel" a fazer as apresentações do som da banda, a banda revelou-se energética e com vontade mas ainda a revelar alguma falta de experiência em cima do palco. O som da banda, movendo-se pelo metal/rock sinfónico de contornos góticos também se revelou algo morno e com muitos clichês. Ao fim de meia dúzia de músicas em menos de meia hora, a actuação estava finalizada - o álbum também também não tem muita mais duração que isso. A banda puxou pelo público a perguntar se a sala estava pronta para a Tarja, tendo como resposta um efusivo sim. Cumpriram a missão de preparar a sala para os cabeças de cartaz na perfeição e mais que isso não lhes pode ser pedido.

Tempo de desmontar equipamento e de preparar o palco para receber a principal atracção. Havia alguma ansiedade, palpável no ar, pela chegada da Diva da música pesada, evidente quando as luzes se apagaram e uma versão instrumental da "Deliverance" a servir de intro se fez ouvir. Os membros da banda foram entrando um a um, cada um sendo ovacionado pela público e o delírio foi total quando o início da "In For A Kill" se faz ouvir e Tarja Turunen entra em cena, ou melhor, rouba a cena e começa a cantar. Se o delírio já era grande, quando ela agradece em português a meio da música a presença de todos, mais impacto teve. No final acabou por dizer, novamente num português irrepreensível em como estava contente por estar de volta ao nosso país e a agradecer todo o apoio, agradecimento que já faz parte da tradição da cantora em todos os concertos que dá, mas que sabe muito bem ouvir essa gratidão expressa no nosso português.

"500 Letters" foi o primeiro destaque do novo álbum "Colours", o primeiro de setes temas muitíssimo bem recebidos pelo público, intercalados por outros mais antigos, onde se destacaram "Sing For Me", "I Walk Alone" (onde cantou com a bandeira de Portugal na mão, que lhe foi dada por um(a) fã), "Anteroom Of Death" e " Falling Awake". No geral, todo o alinhamento foi recebido de forma extremamente positiva pelo público português. Aliás, a vocalista ainda antes de entrar em palco já tinha o público na mão e alimentou-se dessa energia devolvendo uma prestação irrepreensível. Os pontos altos foram sem dúvida o tema "Never Enough", do último álbum, onde a a banda teve direito a algum espaço para brilhar, principalmente o guitarrista Alex Scholpp (também nos Sinner), o violoncelista Max Lilja (ex-Apocalyptica) e o baterista Mike Terrana; e a inevitável cover dos Nightwish, "Wish I Had An Angel", que teve uma das reacções mais entusiásticas da banda.

No final, depois de toda abraçar-se toda entre si e despedir-se em conjunto do público, a cantora ainda se despediu de alguns dos fãs da primeira fila, assinando o máximo de autógrafos possível antes de dizer adeus definitivamente e abandonar o palco perante a sala praticamente de pé a ovacionar a Diva e a magia que espalha com o poder da sua voz. Magia é o melhor termo para empregar e mesmo assim não faz justiça a tudo o que se viveu no interior de uma Aula Magna rendida aos encantos de Tarja Turunen.


Texto por Fernando Ferreira
Fotografias por Ana Carvalho
Agradecimentos: Clap/-Box