Ao sétimo álbum o som de uma banda já está praticamente estabelecido, certo? Claro que por vezes há momentos de experimentação, vontade de o fazer, seja por estar sempre a fazer o mesmo som ou pela mudança de integrantes, mas na maioria do caso, apesar de haver sempre uma ligeira evolução, as surpresas são difíceis de aparecerem. Ainda mais difíceis são se se tratarem dos Outrage, uma banda que existe desde 1983 - podendo-se considerar como fazendo parte da primeira vaga de black metal embora as suas demos (quatro lançadas entre 1985 e 1987) tenham sido quase inconsequentes no underground.
Há uma razão para que os Outrage tenham passado despercebidos estes anos todos, apesar dos seus lançamentos todos e essa razão é que... as músicas simplesmente são secantes. A voz de Frank P. "The Voice Of Hell" é tão interessante como o seu nome, a guitarra tanto nos leads, como nos ritmos e principalmente na tonalidade escolhida fazem uma boa parelha com a voz de Frank no que diz ao interesse. Os pontos realmente interessantes é o trabalho de baixo, algo mais elaborado enquanto a bateria está segura e certeira no ritmo. No entanto, o principal problema nem é a interpretação dos temas, são mesmo os temas em si.
"The Elemental War" é um mediano tema de thrash metal, mediano a atirar para o bom e "Death From Behind"é um rip-off dos primeiros tempos dos Sodom que até cria alguma nostalgia, mas de resto é uma miséria cujo o único ponto positivo é o poder para quebrar insónias ao meio. Quarenta e sete minutos disto é suficiente para fazer o comum dos mortais cair no sono, isto partindo do príncipio que o comum dos mortais é apreciador de música extrema. "We The Dead" é um título profético porque prova que os Outrage estão mortos e ainda não deram por isso. Infelizmente para quem ouve... é difícil não dar conta desse facto.
Nota: 3/10
Review por Fernando Ferreira
