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Serpentine Path - "Emanations" Review


Os Unearthly Trance foram uma das coqueluches do doom bruto e agreste e porque não, experimental mas que findou actividades cedo demais, não deixando muito tempo para fazer o luto, já que de seguida surgiram estes Serpentine Path, com todos os membros dos Unearthly Trance, acrescentando Tim Bagshaw, mais conhecido pelo seu trabalho nos Electric Wizard. Esta nova entidade surge com um pé mais acente no death/doom do que propriamente no sludge e em 2012 lançaram um EP e um álbum, deixando muito boa impressão. Dois anos depois, estão de volta, com mais um guitarrista, Stephen Flam (também nos Winter) com o álbum opressivo de doom paquidérmico e monolítico.

Desde a "Essence Of Heresy", que parece ser qualquer coisa que os Celtic Frost fariam em 1985 caso quisessem soar ainda mais pesados, até à Torment, é doom arrastado e imbuído em death metal na onda de Obituary. São quarenta e quatro minutos mas parecem quatro horas, tal não é o desconforto causado pelo som contido em "Emanations", que a cada audição assume-se mais como uma entidade do que propriamente uma obra dividida em sete partes. Uma entidade cheia de desespero, dor e escuridão. Todos os pormenores vão nesse sentido - se não acreditarem, basta ouvir a "Claws" e reparar ns pormenores da guitarra lead e em como densificam a atmosfera à volta do som que se está a ouvir.

Um monumento ao doom, que não é fácil de visitar mas que é exactamente por essa razão que se torna tão apetecível. Poderá não ser trabalho para ouvir a toda a hora - até porque deve ser coisa para causar perda de apetite e vontade de viver - mas de certeza que todos os que gostem de doom e das suas variantes, e principalmente da mistura entre o death e doom, acharão que este álbum é um dos melhores lançados no seu género este ano. E não será exagero pensar isso mesmo.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira