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Entrevista aos Origin


Os Origin são mais uma banda americana de Death Metal… usam técnicas de complicada execução e estão prestes a lançar o sexto álbum de originais “Omnipresent”. O virtuoso guitarrista Paul Ryan concedeu uns minutos do seu tempo para responder às questões da Metal Imperium.



M.I. – Os Origin são conhecidos por combinarem um som duro com técnicas difíceis de tocar. Onde as aprendeste? Treino musical?

Os 3 instrumentalistas cresceram como músicos, portanto tal ajudou-nos a compreender melhor a música. Nenhum de nós estudou numa escola… o que fazemos é o resultado de muitas horas a tocar no quarto/cave ou a praticar na garagem com bandas.


M.I. – O Paul Ryan é actualmente o único membro que está na banda desde o início… como tem sido assistir ao crescimento dos Origin?

Com cada novo membro a banda cria um novo som e tal tem sido uma experiência enriquecedora para mim. Aprecio todo o trabalho árduo e a contribuição de todos os músicos.


M.I. – Quando eras criança sonhavas tornar-te um músico tão conhecido?

Bem, de certeza não pensei que seria conhecido por causa do Death Metal.


M.I. – Tocas guitarra… porque optaste pela guitarra? Tentaste outros instrumentos? Quando percebeste que tinhas uma boa voz?

Estava no segundo ciclo quando comecei a tocar guitarra. Só comecei a cantar Death Metal muito mais tarde. Comecei por tocar bateria e viola mas senti algo muito forte quando comecei na guitarra. (Risos) Fora da música extrema diria que a minha voz é terrível.


M.I. – Este será o vosso sexto álbum… quanto tempo mais esperais aguentar?

Devo parar? Somos assim tão maus? (Risos) Bem, eu já tocava Death Metal antes de me tornar conhecido e continuarei a tocar mesmo quando já ninguém me ouvir.


M.I. - O novo álbum entitula-se “Omnipresent”… porquê? O que significa? Consideras os Origin omnipresentes e uma entidade poderosa?

Penso que descreve o nosso estilo musical no Death Metal assim como é conhecido hoje. Se ouvires música extrema e fores fã, a determinado ponto concluirás que soa como Origin.


M.I. - O título dos vossos álbuns não parecem Death Metal pois são simples mas elaborados… como os escolheis? Escolheis o melhor tema e colocais o título como título do álbum também ou escolheis uma palavra que descreve o sentimento geral do álbum?

Tem tudo a ver com os sentimentos, a palavra certa no momento certo. É melhor que o ouvinte interprete os seus pensamentos e encontre a mensagem que lhe permite uma ligação com a banda.


M.I. – Qual o principal tema do álbum?

A nossa extinção neste planeta… dentro em breve só as nossas ruínas restarão.


M.I. – Qual o teu tema preferido do álbum?

“Unattainable Zero” por ser diferente de tudo o que já fizemos, divertido e desafiante.


M.I. - “Omnipresent” tem 13 temas e um deles é uma cover de “Killing Yourself” dos S.O.D. Porquê este tema em particular?

Isso mostra o que a música extrema progrediu nos últimos 30 anos e também é um tributo ao Dan Iilker!



M.I. - O novo álbum marca a estreia do novo vocalista Jason Keyser (ex-Skinless) e do baterista John Longstreth (ex-Angelcorpse, Gorguts). Como é que estes novos membros se estão a adaptar? E vocês a eles?


O John já esteve na banda entre 1999 e 2002 e depois voltou em 2006 até agora. O Jason juntou-se depois de termos gravado “Entity” em 2011. Tem sido muito fácil trabalhar com ele já que o Jason é muito profissional no que faz.


M.I. – A banda parece ter dificuldades em manter o line-up que parece mudar sempre que um novo álbum vai ser lançado. Porque é que tantos membros vos abandonam? És uma pessoa difícil de aturar?

Há uma exigência que a banda tem de manter profissional e musicalmente. Estar numa banda não é para qualquer um e algumas pessoas têm ideias diferentes do que uma banda deve ser. Portanto eles devem formar a sua própria banda com as suas próprias ideias…


M.I. – Os Origin aparentam ser mais intelectuais do que outros músicos e dizes que gostas de ser levado numa viagem cerebral quando lês as letras… o que te inspira a escrever as letras? Ligas a TV e baseias-te no estado do mundo ou preferes temas mais filosóficos?

Basta olhar em redor e ver como as pessoas se comportam, como nos comportamos como espécie. A TV diz-te somente o que quer que tu saibas. Pesquisas um pouco mais e poderás encontrar factos bastante assustadores.


M.I. – “Omnipresent” foi gravado com o produtor Robert Rebeck e masterizado por Colin Marston no The Thousand Caves (Altar of Plagues, Krallice, Jarboe)… como correu a gravação? Vocês costumam mudar elementos durante a gravação ou mantêm sempre a ideia original?

Ensaiamos durante 6 dias e depois entramos para o estúdio. Nunca nada fica como estava inicialmente pensado e, quando o álbum sai, geralmente queremos fazer mais algumas pequenas alterações…


M.I. – Os Origin estão constantemente a tentar inovar o seu som mas mantêm sempre a sua imagem de marca (as técnicas complicadas)… achas que a evolução é importante?

Para alguns o sucesso implica manter o estilo ou o som mas, para nós, o sucesso está na mudança. Tudo tem a ver com o teu interior e com a ideia do que é sucesso para a tua própria banda.


M.I. – Costumais ensaiar antes dos espectáculos?

Todos ensaiamos sozinhos porque vivemos em diferentes estados e nunca ensaiamos antes de uma tournée.


M.I. – Há algum tema que não tocareis ao vivo por causa da sua complexidade?

Não!


M.I. – Neste Verão estareis em tournée nos EUA na Summer Slaughter Tour com os Morbid Angel. Quais as vossas expectativas?

A única coisa que me preocupa é saber se eles ainda conseguem atrair pessoal aos seus concertos.


M.I. – Os Origin já tocaram algumas vezes na Europa e com este álbum voltareis cá para uma grande tournée em Novembro/Dezembro e já estais confirmados para o Eindhoven Metal Meeting. Estais muito entusiasmados? Qual a maior diferença entre tocar na Europa e nos Estados Unidos?

É sempre fixe andar em tournée. No Estados Unidos não precisamos de autocarro e na Europa partilhamos um com outras bandas. As audiências são maiores na Europa mas as americanas são mais loucas.


M.I. – Vocês tocaram na Ásia e na Austrália em Maio… como foi a experiência? Aprendeste algo? O que mais te surpreendeu?

Fiquei impressionado com a audiência na Indonésia… era enorme e rivaliza facilmente com a europeia. É espectacular tocar música que quebra as barreiras da linguagem. É tudo sobre a música e é uma honra tocar para pessoas que nunca pensaste tocar!


M.I. – Na tua opinião, qual é o melhor álbum da banda?

Todos na altura do lançamento.


M.I. – Já tiveste contrato com a Relapse Records, a Nuclear Blast e agora a Agonia Records. Porque mudais de editora frequentemente? 

Temos de assinar com quem nos quer… é negócio puro!


M.I. – Como foi o teu primeiro contacto com Death Metal? O que te atraiu neste género?

Ouço-o desde que surgiu e gostei do modo como me assustou a mim e aos outros.


M.I. – És um guitarrista de alguma fama… ainda praticas diariamente? Como te tornaste tão bom?

Sim, pratico todos os dias. Não é possível ser mestre num instrumento e por isso é que ainda pratico.


M.I. – Qual o melhor conselho que darias a músicos que estão agora a formar banda?

Que a tratem como um negócio e não como uma festa pois assim a festa seguir-se-á!


M.I. – Qual o maior inimigo dos músicos?

O negócio… desde os agentes até aos promotores.



M.I. – Uma vez referiste que tinhas centenas de riffs que nunca tinham sido usados em álbuns de Origin… já ponderaste usá-los num álbum a solo ou noutro projecto?


Eles encaixarão num determinado álbum na altura certa.


M.I. – Quem são os 3 melhores guitarristas para ti?

Schuldiner, Hanneman e Malmsteen.


M.I. – Com quem gostarias de tocar um dueto de guitarra e porquê?

Com ninguém porque nunca saem bem.


M.I. – Os pilotos de F1 perdem vários quilos durante uma corrida… sendo guitarrista, quantos quilos costumas perder por concerto?


Não perco mas espero consumir mais calorias do que as que ingiro após cada concerto!


M.I. – Qual o álbum que teve mais impacto na tua vida? Porquê?

O “Convincted” dos Cryptic Slaughter, porque foi muito inovador naquela altura e fez-me querer ser mais rápido a tocar.


M.I. – Muito obrigada pelo teu tempo, Paul. Aguardamos a vossa visita a Portugal em breve. Deixa uma mensagem para os leitores da Metal Imperium.

Obrigado pela entrevista! Esperamos mesmo poder tocar no vosso país novamente!


Entrevista por Sónia Fonseca