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Illuminati - "The Core" Review


Era uma vez uma aldeia global do metal. Estão familiarizados com a história? Talvez sim, talvez não, mas façam o favor de embarcar nesta viagem, por favor!

Roménia-Itália-Portugal, este é trajecto que esta banda fez para chegar aos meus ouvidos. Um Amigo de um Amigo de um Amigo meu assim o possibilitou e no final só me posso sentir frustrado e perfeitamente ignorante por desconhecer, até ao momento, por completo, a existência destes Romenos que dão pelo nome de Illuminati!

Vou ter algum cuidado com as palavras escolhidas para esta crítica, mas quero abordar duas questões essenciais. A primeira prende-se com a responsabilidade de lançar um primeiro álbum sem mais nenhum cartão de visita prévio e de forma autofinanciada. É sem dúvida algo para ser levado de forma consciente e  responsável. Esta é uma posição pessoal da qual não vou abdicar de defender. Neste caso, o resultado final pode ser bom, ou até não, sendo que esta avaliação pode ser interpretada de acordo com os gostos pessoais de cada um, deixo isso inteiramente a cargo da vossa liberdade analítica, mas assumir esse risco é de louvar. Ademais, se a esta premissa adicionarmos, à música feita, um conjunto de convidados especiais (vocalistas) de renome mundial então a fasquia é elevada para níveis de exigência acima dos normais no que respeita à satisfação das expectativas e necessidades dos ouvintes. Neste caso, estamos na presença de uma situação rara porque, aqui, somos quase que forçados a reconhecer um talento desconhecido só com base na presença de tais incontornáveis figuras e desta forma atiramo-nos de olhos fechados, sem rede, para uma dimensão musical à espera de encontrar o Santo Graal!

Estes três elementos que formam os Illuminati são músicos exímios praticando um Death Metal técnico cheio de requintes progressivos a todos os níveis, as músicas parecem feitas à medida dos seus convidados, podiam muito bem integrar álbuns da carreira de uns Pestilence, Cynic, Atheist, de uns Nocturnus ou até de uns Gorguts. O nível é alto, não há como não o reconhecer! Por outro lado, longe de considerar tudo como uma cópia dos originais mencionados, os Illuminati oferecem a sua versão musical, sem diminuir o nível das suas influências, criando músicas muito fortes, de deixar os próprios convidados indecisos entre o nervoso miudinho, de estarem à altura do desafio, e a sensação de estarem na sua própria casa. Dificilmente consigo apontar o melhor tema porque, não desfazendo, são todos excelentes. Tal como a produção, os arranjos das peças acústicas, os momentos orgânicos, aquele baixo que rasga a virtuosidade constante, os solos magnéticos, enfim tudo soa bem!

Agora que estão devidamente informados a respeito do que poderão encontrar em “The Core”, passo a identificar, creio que sem surpresas, a elite de vocalistas que figuram neste álbum. Patrick Mameli (Pestilence); Mike Browning (Nocturnus, After Death, Incubus, ex-Acheron, ex-Morbid Angel); Daniel Mongrain (Martyr, Voivod) ; Kelly Shaefer (Atheist, Stones of Madness, Neurotica); Tony Choy (Atheist, ex-Pestilence, ex-Cynic);  Tymon Kruidenier (Exivious, ex-Cynic); Luc Lemay (Gorguts).

Havia necessidade de mencioná-los a todos? Absolutamente!

Conhecem mais algum disco com este tipo de elenco? Tenho dúvidas!

Sabiam que este disco remonta ao ano de 2013? Eu até desconhecia a sua existência!

É justo estar-lhe a dar oportunidade ainda que um ano depois? Nem sequer hesito a responder afirmativamente.

Ainda estão cépticos quanto ao musical gourmet que irão encontrar? Espero que não, a não ser que sejam adeptos de música da Eurovisão!

Quem é que ganha com tudo isto? Todos nós, vocês que gostam de boa música, eu que escrevo sobre um excelente trabalho e a banda que recebe todo o mérito de ter colocado no mundo superficial uma obra prima que merece ser ouvida!

Nota: 9.5/10

Review por Pedro Pedra