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Deathrage - "Self Conditioned, Self Limited" Review


Mais uma reedição de mais um trabalho obscuro do underground do metal, desta feita os contemplados são os italianos Deathrage que lançaram dois álbuns, um em vinil em 1988 e outro em CD, dois anos depois. Esta reedição foca esse álbum de estreia e até que a coisa não é má de todo. É fácil cair-se na armadilha do revivalismo e de repente pensar-se que tudo o que tenha mais de cinco anos seja promovido a património mundial do metal e como tal tem que se resgatar. Já vimos por diversas vezes (demasiadas, talvez) de que as coisas não funcionam bem assim, mas neste caso, até se pode assumir que esta reedição é necessária.

“Self Conditioned, Self Limited” é um álbum cru de thrash metal, fruto da sua época mas que facilmente consegue suportar o peso do tempo. Hoje em dia temos diversas bandas a tentarem soar desta forma e a não conseguirem ser tão genuínos. Apesar do som ser algo precário, tem aquele feeling raw (ró em português) necessário a criar um certo ambiente que só faz com que as coisas fiquem mais interessantes. Apesar de não ser um álbum particularmente brilhante, consegue cativar pela sua energia crua e visceral, como muitas bandas thrash, hoje clássicas, no início da sua carreira. Alguns solos e riffs dignos de nota, mas a melhor faixa aqui contida é mesmo a instrumental “United States Of Redskin” – É inegável, as bandas thrash fazem mesmo as melhores faixas instrumentais.

Originalmente com oito faixas, esta reedição brinda-nos com quatro faixas demo, sendo que a “Tramp’s Choice” é a única que não está repetida nas faixas do álbum. A qualidade sonora, como é expectável, é ainda pior, o que faz com que se questione da necessidade da inclusão destas quatro músicas, embora saibamos que foi com a intenção de incluir algo mais na reedição. Não chega a ser um tesourinho, mas também não é desperdício de tempo. Para os apreciadores de thrash metal, principalmente aqueles que acompanharam os seus primeiros tempos, poderá ter aqui razões vastas para sorrir.


Nota: 7/10


Review por Fernando Ferreira