“IX” como o título indica, é o nono longa duração do grupo da Carolina do Norte, mas desde logo um semidisco, pois apresenta-se com uma formação menos importante do grupo e logo quando da sua edição foi anunciado o “regresso” de Pepper Keenan para 2015 e gravação de novo disco. Posto isto, a escuta de “IX” implica logo, ver a obra como um intervalo até ao disco do próximo ano, em que poderemos ver a formação de “Deliverance” novamente em palco.
Mas é pena que tal aconteça pois na realidade apenas Woody Weatherman se mantém desde a primeira formação – Pepper apenas integrou o grupo de 89 à paragem de 2006 – e o som de guitarra que caracteriza os C.O.C. está presente e bem definido neste novo disco, como se escuta nos sucessivos solos de “Trucker”. O mesmo se passa com as incursões doomy em “The Hanged Man” que por vezes fazem o trio soar a Down - ou será o contrário? - e às raízes sabbatianas, como logo na abertura com “Brand New Sleep” .
O maior problema dos C.O.C. reside, como habitual, na construção dos temas, naquilo que é, em simultâneo, a sua principal característica e defeito: A escuta de “Tarquinius Superbus” é disso um exemplo, com a fluidez musical a ser interrompida e mudanças de ritmo introduzidas, numa linha que tem tanto de improvisação bluesy como das raízes hardcore do início de carreira. É isto que faz os C.O.C. serem diferentes e até percursores de um certo estilo – não é à toa que os Pantera os trouxeram numa digressão europeia – mas por outro lado também os torna difíceis de serem ouvidos, pelo menos por aqueles que preferem a harmonia simples e previsível. Talvez esses gostem mais de um “The Nectar”, provavelmente a malha mais conseguida de todo o disco. Mas malhas, é o que não falta neste trabalho, algo a que os C.O.C. já nos habituaram.
Nota: 7/10
Nota: 7/10
Review por Emanuel Ferreira
