No passado dia 27 de Setembro, na República da Música, teve lugar o primeiro Metal Attack, cujo respectivo cartaz foi formado, única e exclusivamente, por bandas nacionais, a saber: Derrame, Karbonsoul, Stonerust e Advogado do Diabo. A noite prometia ser bastante heterogénea em termos de sonoridades dentro da música pesada, e assim foi, com um ecletismo que é de saudar e que nem sempre se verifica nos cartazes de espectáculos underground em Portugal.
As honras de abertura do primeiro round do Metal Attack ficaram a cargo da banda de punk/hardcore, Advogado do Diabo. Não é apenas o nome da banda que é em português, as letras também são na língua de Camões, o que dá mais enfase à mensagem que é proferida por Rui Kaiapo, o frontman deste quinteto. Nota positiva para a actuação dos ADV, que debitaram a sua sonoridade com uma atitude descompromissada, diríamos mesmo, descontraída.
Uma interessante sonoridade que mescla stoner e groovy thrash foi o que brotou das colunas, no segundo espectáculo da noite, cortesia dos Stonerust. Apesar da música praticada pelo colectivo de Cascais não parecer colada a nenhuma outra banda, as vocalizações de Bruno Vale, por vezes, aproximam-se um pouco das de Rui Duarte dos ilustres Ramp. Ao contrário da banda que tocou anteriormente, as letras dos Stonerush são escritas não sua grande maioria em inglês, o que não os impediu de tocar duas malhas, intituladas "Sangue Seco" e "Sujo", que irão pertencer ao próximo EP do quarteto. Energia e atitude caracterizaram esta banda durante a meia hora de actuação.
Muffy, RStein, Rvid e Sir Nightfall são os nomes artísticos dos integrantes dos Karbonsoul, a terceira banda a pisar o palco da República da Música nesta noite. O quarteto de Sintra que tem um som negro, que mescla elementos de death, doom e dark metal, tem a particularidade de contar com uma vocalista na sua formação, Muffy, que ninguém diria ser capaz de uns surpreendentes growls, como mostrou nesta noite. As vocalizações guturais da frontwoman são um dos destaques dos Karbonsoul, mas, de quando em vez, esta supreende-nos, também, com um registo mais limpo. Muffy vociferou e puxou pelo público, que a determinada altura esta afirmou estar algo morto, e teve a acompanhá-la uma banda bastante competente a nível instrumental.
Para completar esta noite de peso, só faltava a actuação dos Derrame, naquela que era a noite de apresentação oficial do seu EP de estreia, denominado "Crawl To Die". A música debitada por esta banda lisboeta não tem nada que enganar, é puro death metal old school, de inspirações sueca e norte-americana. O quinteto nacional aproveitou a sua condição de cabeça de cartaz e tocou os cinco temas do recém-editado EP: "Creator", "Back to Inferno", "Crawl to Die", "Necro-Messiah" e "Holocausto Atómico" sendo que a faixa-título foi debitada novamente nos derradeiros minutos do concerto, de modo a que o público a pudesse entranhar convenientemente. Pelo meio a banda tocou outras músicas, entre as quais a cover de "Antichrist", clássico dos primórdios dos Sepultura. A cerca de uma centena de pessoas que se deslocaram à República da Música para este Metal Attack, tiveram a oportunidade de assistir e aprovar este concerto dos Derrame, que assiná-la um marco importante na história do grupo. O EP foi editado e o metal da morte continua vivo e de boa saúde em Portugal.
Nota positiva para o Round 1 do Metal Attack, sendo importante referir que já há data, local e bandas para o Round 2: dia 25 de Outubro, a partir das 21:30, no sítio do costume, a República da Música, actuarão os Hourswill, Kormel e Shard of Fate. Marquem na agenda.
Texto por Mário Santos Rodrigues
Fotos por Diana FernandesAgradecimentos: Metals Alliance
