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Ewigheim - "24/7" Review


Os alemães têm um dom para o metal gótico que é impressionante, assim como a Massacre Records tem um dom para lançar álbuns que se limitam quase exclusivamente ao mercado alemão. Os Ewigheim são um desses casos, com este”24/7” cantado exclusivamente na sua língua de origem, tal como os seus quatro anteriores álbuns. A banda, composta por membros de The Vision Bleak e Eisregen, depois de uma paragem de oito anos sem lançar nada, retomou a actividade discográfica em 2012 e tem vindo a lançar um álbum por ano. Resta saber se a regularidade é sinónimo de qualidade. E aqui, mais que nunca, essa avaliação vai depender sobretudo das expectativas e dos gostos pessoais de cada um, já que o género é metal gótico alemão com recurso constante a sonoridades electrónicas..

O primeiro tema “Tanz Um Dein Leben” desfaz toda e qualquer dúvida acerca que pudesse existir acerca da sonoridade deste trabalho. Aquilo que se pensa quando se fala em metal gótico alemão é exactamente o que se tem aqui, sem tirar nem por, o que todos os fãs do género vão salutar, embora todos os restantes encontrem poucas razões para entusiasmo. Aparentemente não há nada mal feito e dentro do estilo, esta é uma boa oferta, o problema é ser genérica demais. Se “24/7” tivesse sido lançado em 1997 ou 1998, tal não se estranharia. Não há muito a evoluir, tal como todos os estilos que estão bem explorados, restando apenas a força das suas composições para fazer a diferença. E quando assim é, nada como apelar ao feeling Rammstein, um nome que continua a surgir como sombra a todas as propostas alemãs cantadas em alemão.

“Nicht Mehr” e “Wir, Der Teufel & Ich” são perfeitas para ilustrar este ponto de vista, com inícios bem catchy, fruto de uma sonoridade de sintetizador própria de música de dança e quando as guitarras surgem, se Allen Konstanz tivesse uma voz mais grave, poderíamos jurar que era um single dos Rammstein. Nem só deste gimmick a banda vive, embora seja um lugar comum que vai surgindo com mais ou menos incidência ao longo do álbum, que é equilibrado naquilo que oferece. Mesmo, sem ter muita originalidade, o facto de ser um álbum que comemora quinze anos de carreira da banda até o torna adequado para a ocasião, com versões e remisturas de temas de Laibach, Sun Of The Sleepless, Soko Friedhof, Neue Weltordnung e Blunter. Reforça-se a mensagem, quem gosta de metal gótico, com tendências electrónicas, vai gostar disto, mas todos os outros provavelmente fugirão.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira