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Revel In Flesh - "Death Kult Legions" Review



O death metal sueco é uma coisa espantosa. Apesar de ser sueco, como o nome indica (duh!) já não é exclusivo da Suécia. Na verdade, aquilo que se entende por death metal sueco já é um conceito tão lato que já pertence ao mundo. Seja a vertente mais melódica que serviu de base para a tão sobrestimada New Wave Of American Metal (que mais não é do que pegar na fórmula que bandas como In Flames e Dark Tranquility, entre muitas outras, fizeram nos anos noventa e juntar-lhe uma pitada de hardcore – estes norte-americanos, sempre a revolucionar e a descobrir a pólvora) ou a vertente mais agreste e primordial que bandas como Entombed, Grave e Dismember foram/são mestres.

Isto tudo para dizer que os Revel In Flesh são alemães e que este “Death Kult Legions” é tão sueco que parece que foi feito em Estocolmo. Ao terceiro álbum, já não há muito que enganar, esta é a verdadeira natureza da banda, por muito que muitos os possam acusar de serem cópias deslavadas de tempos que já lá vão. Esta é uma questão recorrente aqui, fruto de um pensamento pessimista que dita “já foi tudo inventado, o que temos agora são apenas cópias melhoradas”, mas o fundamento continua a ser o mesmo pelo qual se aprecia qualquer tipo de música: é bom ou não? Definitivamente sim. E porquê? Porque se neste tipo de coisa se pode ter a tentação de se limitar a ir a tentar cumprir uma lista de características (coisa que os dois anteriores trabalhos podem sofrer), aqui a banda evoluiu ao ponto de o foco estar exclusivamente nas malhas que apresentam.

Basicamente é do que se trata aqui, onze faixas, onze verdadeiras malhas, que fazem esquecer todos os clichés, fazem esquecer o facto disto já ter sido ouvido antes centenas ou milhares de vezes. E conseguem essa proeza pelo foco estar precisamente nas músicas, fazer boas músicas e isso é algo que se nota e sente à distância. “In The Name Of The Flesh” começa por pôr tudo a mexer e dar o mote para o tom do álbum, assim como “When Glory Turns To Ruin” também mostra que não é necessário estar a tocar a 200 bpm para que se consiga intensidade e peso, com a sua melodia que além de ir buscar a tradição sueca também tem um pouco de Bolt Thrower em si (que também deve ter um gene qualquer sueco).

É entre estes dois estados de espírito que o álbum flui e fluir é o termo correcto, onde até uma cover dos Manilla Road soa a death metal sueco – um pouco mais melódico mas mesmo assim… Um poderoso álbum que é resultado de uma equação simples. Três guitarristas para criar uma muralha de som impenetrável, uma atmosfera própria dos clássicos do género e músicas que se revelam crescentemente melódicas a cada audição, com uma banda bem consistente e entrosada. Com tudo isto, o resultado só poderia ser um bom álbum de death metal.


Nota: 8.6/10

Review por Fernando Ferreira