About Me

Decline Of The I - "Rebellion" Review


Parece que foi ontem que revimos aqui o álbum de estreia dos Decline Of The I, com o seu black metal experimental para não dizer esquisito. Apesar de alguns defeitos, a sua proposta era apreciável e ficámos de verificar como evoluiriam no futuro, principalmente, tendo em conta de que o conceito que começou com a estreia irá estender-se por três álbuns, sendo este o seu segundo capítulo. Parece que foi ontem, mas na verdade já passaram três anos e foi com este misto de curiosidade que pegámos em “Rebellion”, tendo em mente que muita mais esquisitice passou pelos nossos ouvidos entretanto. A questão primordial será… terá a nossa evolução musical como ouvintes acompanhado em harmonia a da banda francesa? Nada como tirar as dúvidas a limpo e mergulhar nesta “Rebellion” sem medos.

Com uma dissonância que já associamos à banda e um sample de um discurso em francês, “Lower Degree Of God’s Might” estabelece logo a disposição para o restante trabalho. Negra e claustrofóbica. Curiosamente e apesar deste espírito bem vincado, revela-se logo bem mais atractivo do que o primeiro trabalho. Para confirmar de que não se tratava de uma simples anomalia, “Hexenface” surge como um tema gigantesco e com um sentido de melodia completamente inesperado. Parece que o grupo francês refinou em muito a sua fórmula, mas conforme o álbum se desenrola, comprova-se que não foi um simples acaso. “Le Rouge, Le Vide Et Le Tordu“ talvez perca terreno no campo da melodia, mas compensa no da brutalidade.

Na segunda metade do álbum, a coisa esfria um pouco e nota-se nitidamente o gás a faltar, fazendo com que faixas como “The End Of Prostration” e “Pieces Of A Drowned Motion” custem um pouco a cativar. Os elementos electrónicos da “Deus Sive Musica” começam por dar um novo alento, mas a faixa, no meio dos seus oito minutos, também acaba da mesma forma, a morrer aos poucos, apesar do seu caos final. “On Est Bien Peu De Chose” redime um pouco do que se passou anteriormente e consegue resgatar o interesse no álbum. O saldo final é positivo e facilmente se conclui de que é superior à estreia, no entanto, ainda existe aqui capacidade para fazer (muito) mais e (muito) melhor.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira