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Solefald - "World Metal. Kosmopolis Sud" Review


Poucos meses depois do EP “Norrønasongen. Kosmopolis Nord”, e como prometido, aqui está “World Metal. Kosmopolis Sud”. Tal como sugerido no EP, os Solefald já deixaram o planeta terra há algum tempo e aqui temos a confirmação oficial, ainda que  tenhamos o regresso de algum peso que parecia andar ausente. Isto não quer dizer que os fãs de trabalhos como “The Linear Scaffold” e “Pills Agains The Ageless Ills” vão ficar nas sete quintas. Existem aqui muitos elementos para os deixar com os cabelos em pé, afinal esta banda já era pós-black metal quando ainda nem tinha sido inventado o termo. Definitivamente são maiores que qualquer rótulo e para quem tivesse dúvidas, está aqui este trabalho para as desfazer.

Com uma exuberância electrónica, rítmica e vocal, é difícil não ficar logo cativado por músicas como “World Music With Black Edges” e “Bububu Bad Beuys” que juntam todos estes elementos todos juntos com uma mestria arrepiante e inqualificável. Poderá ser o grande handicap em termos comerciais, já que os apreciadores de música mais extrema poderão ficar reticentes com alguma de experimentação aqui contida, enquanto os que até gostam dessa experimentação, poderão não gostar muito de alguns dos tiques de metal que ainda é possível encontrar por aqui. Na realidade, não se trata bem de um problema, porque isso não afecta em nada a genialidade de “World Metal. Kosmopolis Sud”.

É um dos poucos álbuns em que se pode afirmar com toda a segurança que se trata de um trabalho avantgard, experimental, disposto a quebrar com as regras, mas que mesmo assim é bastante oreulhudo e viciante. Existe alguma lembrança de vez em quando com os Borknagar, principalmente no que diz respeito às vozes, mas fora isso soa original, soa a Solefald, eles que já nos habituaram a esperar o inexperado. E mesmo esperando isso, e principalmente depois do EP, este trabalho mesmo assim consegue surpreender. Caso fossem necessárias provas que o black metal norueguês é berço para as formas mais inovadoras de música, esta era a prova maior.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira