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Soul Rape - "Endless Reign" Review


Death metal melódico que não é propriamente melódico é algo que deixa logo a pulga atrás da orelha. E é o que acontece logo nos primeiros instantes deste álbum de estreia da banda italiana Soul Rape. Poderá não se ficar imediatamente agarrado à primeira audição, mas dificilmente se conseguirá resistir a uma segunda sem se ficar fã de “Endless Reign”. O tema título começa com uma melodia cativante, mas assim que entra a guitarra, as coisas ganham uma outra vida. Mais do que simples death metal, há aqui muito thrash à mistura e forte sabor progressivo – e isso não é unicamente por termos faixas de entre os seis e os nove minutos. Há realmente um sentido de progressão, de começarmos num sítio e de acabarmos noutro diferente.

O número de elementos diferentes que a banda usa e emprega é impressionante, mas de coisas esquisofrénicas já nós estamos todos um pouco cansados, principalmente daquelas que querem ser tudo e conseguem ser nada. Não é de todo o que se passa aqui. A banda tem uma identidade – também algo impressionante já que se trata do primeiro álbum afinal – e tem segurança suficiente para incorporar de forma perfeitamente natural e orgânica esses elementos estranhos (à partida) ao género death metal e fazer com que tudo resulte na perfeição. A produção também vai ao encontro desse ponto, de soar orgânica e natural. Conjugando com oito músicas de qualidade acima da média, falta muito pouco para se ter uma estreia de luxo.

Com um alto teor técnico e com igual empenho em fazer com que cada música se torne viciante do início ao fim, os Soul Rape surgem como uma autêntica lufada de ar fresco que é impossivel não ficar fã. Provavelmente a sua subida ao topo será feita de forma gradualmente porque o som que tocam não está propriamente na moda, mas que a efectividade do mesmo é quase total, disso não existem dúvidas. Um grande álbum que tem tudo o que o metal tem de melhor para oferecer. Caso existam dúvidas, é peguar em ”Illusion & Sufference”, “Soul Rape” e “Gargoyles” para se ficar elucidado.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira