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Maruta - "Remain Dystopian" Review


O death/grind é um mundo onde é difícil de se sobressair. Não só pelas características do próprio estilo como também pela concorrência. Os Maruta são o exemplo de uma banda de grindcore competente mas que nunca conseguiu sobressair muito no meio dos seus pares. Não é também das bandas mais profícuas e nunca gozou de um apoio discográfico que fizesse a diferença. Para este terceiro álbum, tudo promete mudar. Para já, os norte-americanos contam com o apoio da poderosa Relapse Records e depois, "Remain Dystopian" impressiona pela sua potência e foco.

São dezasseis descargas de death/grind brutal e técnico em menos de trinta minutos, números que também já são normais naquilo que a banda faz. Até aqui tudo bem, resta saber o resultado. Será que potência e foco são tudo? Como foi dito no início, o death/grind é um mundo onde é difícil de se sobressair, principalmente nos níveis de qualidade. Esses níveis de qualidade não são constantes ao longo de todo este trabalho, já que existem aqui umas bolas ao poste (nomeadamente as aborrecidas e demasiado "modernas" para o seu próprio bem "Stride Endlessly Through Scorched Earth" - que conta com a participação de Tomas Lindberg dos At The Gates - e "Submergence Aka Barren Oceans Of Infinity").

Depois destas duas faixas ouve-se o álbum com mais atenção e os pormenores que antes não se deram conta começam a irritar, tais como os temíveis "chuga chugga" que tanto nos martela a cabeça no metalcore e deathcore. - o preconceito é uma coisa tramada. Tendando ser o mais imparcial possível, este é um bom trabalho de grindcore, que tem elementos suficientes para deixar qualquer fã da porrada mais violenta satisfeitos. No entanto, se se for fã de porrada mais refinada, isto poderá soar em alguns momentos um pouco indigesto. Ainda assim, potência não lhes falta. Pode ser que essa potência transforme mais um pouco e um dia nos traga um disco esmagador que "Remain Dystopian" não consegue ser.


Nota: 6.7/10

Review por Fernando Ferreira