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Myrkur - "M" Review


O EP auto-intitulado lançado no ano passado impressionou todo o mundo metálico, Metal Imperium incluída, como puderam apreciar na nossa crítica a este trabalho. Houve um hype à volta de Myrkur (a mulher por trás do projecto, de seu verdadeiro nome Amalie Bruun), com muitos boatos acerca da sua verdadeira identidade. Estes fait divers não são mais que distracções para a música que fala sempre mais alto. Pelo menos quando é de qualidade alta. Que é o caso. Agora é a vez do primeiro álbum, que tinha a tarefa de justificar se todo o hype era justificado. O que é difícil porque para quem não achou que o EP justificasse o hype, vai sentir o mesmo com o álbum, já que o mesmo é um seguimento lógico do lançamento anterior.

Temos aqui alguns momentos de black metal mais agreste como em "Mordet", mas a unidimensionalidade é simplesmente algo que não está ao alcance de Myrkur. "Skøgen Skulle Dø" por exemplo junta o lado mais agreste, como o mais melódico e também o mais épico e serve também como resumo para o que se pode encontrar em M. Se a beleza folk, quase ambient de temas como "Vølvens Spådom", "Nordlys" e "Byssan lull" apaixona, também os momentos mais típicos como em "Hævnen" e "Onde Børn" são imediatamente desafiantes e capazes de cativar. É a soma de todas estas partes que faz com que "M" seja tudo o que o EP prometeu, sem apresentar nada de substancialmente diferente.

Não é um trabalho revolucionário - como muitos apregoaram que seria - nem segue o caminho do chamado pós-black metal mas é simplesmente boa música. Agressiva quando tem que ser agressiva, melódica quando tem que ser melódica e épica quando tem que ser épica. Todas as peças encaixam nos sítios correctos e tudo soa de forma excelente. E não é necessário para que Myrkur se torne um grande projecto musical. Na verdade não é necessário nada, já o é. Num mundo justo não seria necessário hype, nem sequer as participações valorosas de Teloch (Mayhem), Øyvind Myrvoll (Nidingr) e até Christopher Amott (ex-Arch Enemy) ou a mistura de Garm (Ulver) para que sirvisse de chamariz para "M". Bastaria a qualidade musical para que este álbum chegasse até todos aqueles que apreciam boa, excelente, música.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira