About Me

Shit Fucking Shit - "Life Of Excess" Review


Quando se ouve falar de uma banda com um nome destes, pensa-se logo que não deve ter grandes aspirações comerciais. Quando se vê a capa, fica-se com a certeza absoluta disso mesmo. Quando se ouvem as vinte e oito (28!) faixas que este álbum possui, tem-se a convicção inabalável de que o pessoal pode não querer vender discos pela aposta no mau gosto, mas que na arte de fazer death/grindgore, até se safam bem. Reza a lenda que o projecto nasceu como uma one-man-band e cujo modus-operandi era noise para a frente até queimar os ouvidos. O projecto foi tomando outros moldes, com vários membros a entrar e a sair, até chegarmos agora a 2015 que vê sair este "Life Of Excess", o seu (parece-nos) terceiro álbum.

Se a produção é um dos itens a apontar como defeito, aqui até nem nos podemos queixar muito, a não ser do som de guitarra talvez, que se torna algo maçudo e aborrecido - não que estas músicas sejam também um portento de técnica. Ainda assim, o baixo é perceptível, quando a guitarra deixa, e a bateria bem orgânica. A voz vai além do simples "pig squeal" (que de vez em quando ainda é usado) e mantém-se no gutural death metal tipico das bandas europeias do underground de meados da década de noventa - ou seja, é boa, muito boa e mais dinâmica que as próprias músicas.

No lado não tão positivo, temos o facto de que as músicas não são muito memoráveis. Vinte e oito músicas que demoram algum tempo a passar e que nos fazem pensar o que estivemos a ouvir quando "Life Of Excess" chega ao final, passados quarenta e três minutos. É o tipíco caso em que menos seria muito mais. Trinta e cinco minutos possivelmente seria o máximo para que não começasse a enjoar. Ainda assim, os Shit Fucking Shit surpreendem pela dinâmica que conseguem injectar num álbum com este número de músicas, com esta duração e neste estilo. Só por isso, fica-se a olhar para eles com outros olhos. Ouça-se "Novak" e o seu curto solo de guitarra, bem roqueiro.


Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira