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Reportagem: Mastodon e Black Peaks @ Sala Tejo, MEO Arena, Lisboa - 21/06/2017


Cinco anos volvidos e Portugal voltou a ter a presença dos Mastodon que trouxeram a galope o novíssimo "Emperor Of Sand", motivo mais que suficiente para que os fãs rumassem à Sala Tejo da Meo Arena. Antes destes gigantes da música pesada, contámos com os britânicos Black Peaks.

Os Black Peaks não fizeram certamente jus ao título ("Statues") do seu recente álbum de estreia e mostraram-se bastante enérgicos em palco naquilo que foi uma estreia bastante surpreendente em solo português. Perante um público pouco a par da banda de Brighton, ainda assim com um ou outro seguidor mais conhecedor da palavra dos inicialmente Shrine, o quarteto auto-rotulado de post-hardcore progressivo consistiu a sua atuação nalguns temas portentosos que adornam o seu primeiro álbum, com destaque para "Say You Will" - uma das favoritas da banda e ao que pareceu do público presente na Sala Tejo - ou "Glass Built Castles" para a despedida. Os Black Peaks foram realmente um dos pontos altos da noite e serão certamente tidos em conta.

Sob uma atmosfera habitualmente mística e psicadélica, os sultões da nova vaga do metal americano subiram ao palco para darem a conhecer ao vivo mais um excelente trabalho do seu já vasto repertório e iniciaram um concerto memorável com, claro está, "Sultan's Curse". Soltada a fera, seguiram-se "Divinations" e "The Wolf Is Loose", malhas que começaram a devastar o público - que respondia com mosh-pits em catadupa ou entoava ao estilo power metal os êxitos da banda - e que provaram também que os Mastodon estavam ali para nos levarem numa viagem pelos tempos ao som de temas tão conhecidos como "Crystal Skull", "Black Tongue", "Oblivion", "Chimes At Midnight", entre outros. Quando "March Of The Fire Ants" parecia ser a última marcha para um espaço próximo de lotar, o baterista Brann Dailor chegou-se à frente e perguntou carinhosamente se todos estavam prontos para mais um tema e eis que a pedido caiu sobre a Sala Tejo "Blood And Thunder"! Um encore perfeito, com "White whale, Holy Grail" a viva voz, e que completou uma atuação perfeita, demonstrando que tal performance não ficará esquecida nos desertos do tempo, assim como uma banda que tem superado a espuma dos dias. Além disso, não restaram dúvidas, se é que ainda restavam, quanto à sua consagração no seio do metal.


Texto por Bruno Porta Nova
Fotografias por Diana Fernandes
Agradecimentos: Prime Artists e PEV Entertainment